MEDIDAS URGENTES
“Nós vivemos uma verdadeira epidemia de golpes financeiros contra o consumidor no Brasil”

Efetuados a partir de diferentes técnicas, os crimes financeiros representam um grande prejuízo para as empresas. Da mesma forma que ampliam as oportunidades de negócios para as organizações, as novas tecnologias também abrem brechas para a ação de criminosos, o que pode comprometer os seus dados e finanças.
Conhecer os principais tipos de crimes financeiros é fundamental para entender como eles funcionam e, a partir daí, adotar medidas e ferramentas que possam evitá-los. Os crimes financeiros podem ser definidos como infrações e transgressões realizadas contra instituições financeiras, como bancos, fintechs (startups de finanças), entre outros segmentos sujeitos à ação de criminosos. Esse tipo de crime pode ser cometido tanto por pessoas físicas quanto jurídicas.
Para inibir os crimes contra a ordem financeira no Brasil, foi criada a Lei dos Crimes de Colarinho Branco, que prevê que as pessoas flagradas cometendo esse delito estão sujeitas à aplicação de multas e penas de reclusão de até 12 anos.
Como evitar os crimes financeiros?
Qualquer descuido pode servir de brecha para criminosos praticarem atos ilícitos que prejudiquem a sua empresa. Diante disso, é necessário buscar meios de reforçar a sua segurança, impedindo que as suas informações financeiras sejam acessadas e utilizadas de maneira inadequada.
Audiência Pública aponta “pandemia” de crimes financeiros contra o consumidor
A Audiência Pública realizada pela Comissão de Defesa do Consumidor na Câmara Federal revelou que os crimes financeiros praticados no Brasil contra o consumidor são gravíssimos, uma verdadeira “epidemia”, e especialistas apontaram que instituições financeiras devem ser responsabilizadas e que penas mais duras sejam estabelecidas para os criminosos.
Requerida pela deputada federal Gisela Simona (UB), especialista em direito do consumidor, a audiência pública reuniu representantes do Banco Central, Febraban, Associação Nacional dos Procons, Polícia Civil, Defensoria Pública e parlamentares que integram a comissão.
“Nós acertamos no tema desta audiência porque se constatou que o problema existe e é gravíssimo. Foi muito rica a participação dos envolvidos no combate ao golpe financeiro no mercado de consumo, por outro lado revela uma situação preocupante, porque não temos uma solução pronta“, observou a deputada.
Segundo Gisela Simona, existem propostas que podem amenizar essa questão dos golpes envolvendo o consumidor, mas resta muito trabalho pra Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara que vai desde buscar a responsabilidade das instituições financeiras na informação clara e ostensiva para o consumidor, trabalhar com penas mais duras para quem pratica os crimes.
Para a parlamentar, também é preciso responsabilizar as instituições financeiras no que se refere a vazamentos de dados e alguns produtos que estão sendo empurrados ao consumidor sem que ele tenha condições de escolher o que quer na sua cesta de produtos para sua instituição financeira.
“Nós vivemos uma verdadeira epidemia de golpes financeiros contra o consumidor no Brasil, e isso revela que algo não está certo no atual momento no sentido de desequilíbrio dessa relação entre fornecedor e consumidor“.
Os participantes da audiência pública relataram várias falhas que têm possibilitado a prática desses golpes, como vazamento de dados bancários, baixa punição para o crime de estelionato e ausência de ação dos bancos na prevenção de fraudes como empréstimos consignados e com serviços digitais.
O coordenador da Comissão dos Direitos do Consumidor da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep), Antônio Carlos Cintra, disse que o golpe de maior impacto é aquele no qual o aposentado é levado a fazer um empréstimo consignado sem saber. Uma das mentiras contadas pelos fraudadores, a chamada “engenharia social”, é a de que o segurado precisaria fazer uma prova de vida. O golpe é praticado por estelionatários e até por correspondentes bancários, segundo Cintra e o deputado Celso Russomanno (Republicanos/SP).
O representante dos defensores públicos pediu a criação de uma lei nacional que proíba o empréstimo digital para pessoas idosas. Ou seja, que exija a presença física para a contratação. Segundo ele, a lei já existe em Santa Catarina e na Paraíba.
Já a presidente da Associação Brasileira dos Procons, Márcia Moro, relatou o problema dos vazamentos de dados bancários e do INSS que têm permitido aos criminosos fazer uma “engenharia social” mais eficiente.
Crime de estelionato
Tanto Cintra quanto o delegado Rogério Ferreira, da Delegacia de Defesa do Consumidor de Mato Grosso, afirmaram que o crime de estelionato tem uma baixa punição. Para Ferreira, o cartão de crédito consignado não deveria permitir o saque de recursos porque o idoso paga o mínimo, acreditando que é um empréstimo comum.
O delegado citou pesquisa da empresa de segurança Fortinet que coloca o Brasil em segundo lugar em tentativas de golpes na América Latina. Em 2022, foram 103 bilhões de tentativas, pouco mais de uma por dia para cada brasileiro.
A coordenadora do Programa de Serviços Financeiros do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim, disse que os bancos poderiam ter uma atuação mais ativa na prevenção dos golpes.
“O banco tem o algoritmo que é tão utilizado para nos oferecer produtos. Por que não é usado para ver movimentações atípicas na conta da pessoa e questioná-la previamente?“
Um relatório do Idec aponta a falta de bloqueio, por parte dos bancos, do acesso remoto de terceiros às contas bancárias. Apenas um dos quatro bancos analisados fazia o bloqueio.
O diretor adjunto de Serviços da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Walter Faria, respondeu que a questão está em estudo, mas que extrapola a ação dos bancos, já que a vítima costuma permitir o acesso por meio de um link malicioso. Ele disse, no entanto, que a entidade está investindo em campanhas de conscientização e citou projeto em tramitação no Senado (PL 2254/22) que criminaliza a utilização de contas bancárias para fraudes.
O chefe de Supervisão Bancária do Banco Central, Belline Santana, disse que leu o relatório do Idec e que está questionando os bancos sobre a implantação do bloqueio. Santana sugeriu que as pessoas que forem abrir contas bancárias confiram antes o ranking de instituições mais reclamadas feito pelo BC.

ECONOMIA
Pesquisa aborda a perspectiva de compra do consumidor para o Natal

Mais de R$ 2,05 bilhões. Esse é o valor que as compras de Natal devem injetar na economia mato-grossense em 2023. Com objetivo de analisar as perspectivas de compra para o Natal deste ano, o Núcleo de Inteligência de Mercado da Câmara de Dirigentes e Lojistas (CDL Cuiabá), realizou mais uma pesquisa, que contou com a participação de 407 pessoas de todo o Estado.
Os dados foram coletados no período de 26 de outubro a 09 de novembro com 60,7% homens e 39,3% mulheres, que tem em média 40 anos e 53% tendo o ensino médio e renda de R$ 6.672,81.
Análise
A constatação positiva dos consumidores em relação à sua situação financeira, acompanhada de um menor otimismo em relação à economia, sugere um comportamento de cautela dos consumidores, evidenciado pela propensão da maioria em pagar suas compras à vista, de gastar menos do que gastou no ano passado, de quitar dívidas em atraso com recurso do 13º salário e de poupar, entre outras pistas indicadas pela pesquisa.
A pesquisa
De acordo com a pesquisa, 79,6% pretendem realizar compras para este período e os presentes mais desejados na hora da compra são: roupas e calçados (47,8%), brinquedos/pelúcia (16,1%), produtos de beleza (15,7%), celulares/smartphone (4,9%), artigos esportivos (3,5%), eletrodomésticos (3,4%), móveis em geral (2,5%), acessórios (2,1%), itens para decoração de casa (1,2%), viagens (0,5%), itens para decoração (0,5%), livros (0,4%) e outros (1,4%). A média de presentes apresentada ficou em 4 itens.
Os principais presenteados nesta data serão os familiares, sendo filhos (23,9%), esposo(a) (20,4%), mãe (18,2%), pai (13,6%), sobrinho(s) (5,5%), irmão(ã) (3,8%), seguidos por namorado(a) (1,8%), amigos (1,7%) e outros (11,1%).
Para 34,6% dos entrevistados, o gasto médio nos presentes será maior do que em 2022. Nesse ano o valor médio dos gastos com presentes será de R$ 1.252,59, além disso, para 57,6%, a principal forma de pagamento ocorrerá pelo meio parcelado, com destaque para: cartão de crédito (80,9%), crediário (13,7%) e boleto (5,4%). E para quem optou por pagar à vista os destaques são: cartão de débito (35,8%), dinheiro (32,1%) e PIX/transferência (32,1%).
O local preferido de compras ficou como destaque o comércio de rua localizado no centro da cidade com 45,1%, seguido pela internet/sites on-line (22,1%), shopping center (13,5%), lojas próximas nos bairros onde mora (9,9%), mídias sociais (2,3%) e outros (7,1%).
Outro dado que a pesquisa apresenta é se participará de confraternizações no fim do ano, 66,1% disseram que vão participar, destas, 88,5% disseram que comemorarão na sua cidade. Além disso, outra ação que promete movimentar as vendas é a participação em brincadeiras como o amigo oculto, já que 43% relataram que trocarão presentes nestes tipos de brincadeiras.
A pesquisa também procurou saber se os mato-grossenses viajarão no fim do ano, 24,6% falaram que sim, sendo 78,5% para outros estados do Brasil, 19,1% dentro de Mato Grosso e 2,4% para outros países.
Sobre o planejamento para comprar, 72,9% dos entrevistados ainda não começaram a pesquisar seus presentes e sobre quando pretendem comprar, 73,2% pretendem na semana do natal, somente 25,1% comprarão antes da última semana da principal data do varejo brasileiro.
Conforme o superintendente da CDL Cuiabá e responsável pelo núcleo, Fábio Granja, após analisar todos os dados apresentados pela pesquisa, ficou constatado que a expectativa de vendas terá alta próxima a 14,86%, descontada a inflação de 2023, e quando comparada com o mesmo período do ano passado.
“Nesse ano o valor médio gasto nos presentes obteve alta de 24,93%. Com mais de 1,64 milhão de pessoas percorrendo pelos corredores comerciais do Estado, a estimativa é termos um movimento de mais de 2,05 bilhões de reais em gastos, o que faz do período natalino o principal em vendas do ano“, afirmou ele.
Granja também destacou ser importante pontuar que “no ano passado não conseguimos atingir as expectativas de vendas devido as eleições e a copa do mundo que ocorreram no fim do ano, o movimento no comércio foi muito afetado com esses dois eventos, porém, agora em 2023 o foco está sendo total no período natalino e com isso poderemos ter o melhor natal dos últimos cinco anos, tanto para o comércio, quanto para o turismo e entretenimento“, disse ele, reforçando que “tivemos incremento nas vendas em todas as datas comemorativas de 2023 e com o natal não será diferente, ainda mais com os dados apresentados pela pesquisa, a expectativa torna-se ainda maior. Além disso, campanhas como a do Natal Premiado CDL estimula e muito, as compras no comércio local, já que quase 70% dos consumidores do Estado gostam de participar de campanhas como essa para concorrerem a prêmios“.
-
Política6 dias atrás
Mauro e Nenel movimentam as peças no tabuleiro político
-
Política4 dias atrás
Crise aberta: Jayme fez uma análise política, Favaro respondeu no pessoal
-
Política7 dias atrás
Eleições 2024: pesquisa divulgada, análise realizada pelo Boteco da Alameda
-
ECONOMIA6 dias atrás
Jayme protesta contra “Tradings” e denuncia cartel em MT: “Isso é matar o cidadão”
-
Política5 dias atrás
Com quem ficará a direção estadual do MDB?
-
Artigos3 dias atrás
Como colocar em prática novos projetos
-
ESPORTES5 dias atrás
Abertas as inscrições para o 6º Pedal Ecológico da Semob
-
ESPORTES6 dias atrás
Seleções de basquetebol e voleibol disputam títulos estaduais