Artigo
Com todo meu amor!

Autora: Kamila Garcia* –
Dia desses, fiquei pensando numa coisa: qual é o maior desafio do ser humano? A gente pode dizer que é estudar, trabalhar, criar coragem pra encarar a vida. Mas, pensando bem, acho que é aprender. E, em seguida, amar.
Porque amar não vem com manual. É um aprendizado diário: olhar para o outro, respeitar, ouvir, segurar a língua quando dá vontade de responder atravessado. Amar é um curso sem fim, daqueles que a gente nunca se forma, só vai acumulando experiência.
E é curioso, porque desde pequenos já recebemos uma prévia disso. Um colo de mãe, um olhar de pai, um abraço de avó — tudo isso é aula de amor. E, quando a gente cresce, repete o ciclo sem nem perceber: cuida de alguém, que vai cuidar de outro alguém, e assim o amor vai passando de mão em mão, como receita de família.
É claro que nem sempre é assim. Tem gente que cresce em solo seco, sem muito carinho por perto. Mas o amor é danado de teimoso: aparece em um amigo que liga na hora certa, em um vizinho que empresta açúcar sem reclamar, até num sorriso no ponto de ônibus. O amor não precisa ser grandioso, ele se esconde nos detalhes.
E não falo só de romance, viu? Amor é amizade, é família, é comunidade, é fé. É aquele fio invisível que nos lembra que viver sozinho pode até ser possível, mas é infinitamente mais pesado.
No fim das contas, todo mundo gosta de ser ouvido, respeitado e bem tratado. Todo mundo precisa, mesmo que não admita, de um pouco de amor.
Talvez seja esse o grande segredo da vida: aprender, ensinar e reaprender a amar. Sem pressa, sem fórmulas, só vivendo.
E é por isso que hoje, sem complicação nenhuma, deixo aqui o meu recado: com todo meu amor, desejo que a sua vida seja leve, feliz e cheia dessas pequenas doses de amor que fazem tudo valer a pena.
*Kamila Garcia é bacharel em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, com pós-graduação em Psicanálise. Atualmente é estudante de Psicologia.

Artigos
DESMATAMENTO E QUEIMADAS

Autor: JUACY DA SILVA* –
Mesmo estando nos EUA, a milhares e milhares de km do Brasil, participei, hoje 13 de Setembro de 2025, de forma remota do Programa CAMINHOS ABERTOS, da Rádio Educativa O Nazareno 107.9 FM em Cuiabá, Mato Grosso, uma Rádio do Grande Templo da Assembleia de Deus, fazendo uma reflexão sobre o DESMATAMENTO E QUEIMADAS, no contexto do DIA NACIONAL DO CERRADO, ocorrido na última quinta feira, 11 de Setembro.
Destaquei alguns aspectos como o tamanho das áreas que estão passando por este processo de destruição da biodiversidade vegetal e animal e os impactos que esta destruição na questão das águas, afetando as nascentes, as principais bacias hidrográficas como do Paraná/Paraguai, do São Francisco, do Parnaíba e da Bacia Amazônica, relembrando que o Cerrado é considerado o “berço das águas” e sem água não há vida e nem atividades econômicas. Esta destruição afeta inclusive os aquíferos.
Outro impacto que o desmatamento, as queimadas e as monoculturas, base do modelo e sistema de uso e ocupação do solo no Cerrado e outros biomas no Brasil, que visa fundamentalmente os lucros de grandes grupos econômicos, esquecendo-se de que as atuais e futuras gerações também tem o direito de ter e desfrutar de um meio ambiente saudável e sustentável.
Destaquei também as consequências que o uso excessivo de agrotóxicos, sendo que o Brasil é o campeão mundial no uso de agrotóxicos e Mato Grosso o campeão nacional nesta triste estatística, que impacta e polui o ar que respiramos, daí a necessidade de refletirmos sobre a questão da qualidade do ar, tanto no meio rural quanto urbano que estão a cada dia mais poluídos por agrotóxicos, por fumaça tóxica oriunda do desmatamento e queimadas e, no caso do meio urbano, pela poluição oriunda da frota de veículos e fábricas que, ao usarem combustíveis fósseis aumentam a degradação ambiental.
Falei também sobre os impactos deste processo de degradação sobre a fertilidade dos solos, pois quando em um mesmo espaço/área, se os mesmos sofrem por anos seguidos com queimadas, perdem totalmente a sua fertilidade, como está acontecendo com frequência no Brasil, sendo que, como diversos estudos comprovam, a causa de o nosso país ter mais de 100 milhões de hectares de terras, áreas degradadas, que não se prestam para mais nada, área esta maior do que toda a área destinada `a agricultura ou a pecuária e que os custos para recuperar essas áreas degradas são enormes, com a ênfase de que os lucros são apropriados por uma parcela mínima da população e os custos da recuperação ao utilizarem recursos orçamentários/públicos acabam sendo socializados por todos os contribuintes.
Mencionei o fato de que, apesar dos “esforços” tanto do atual quanto de governos anteriores para implementarem um programa de recuperação de áreas degradadas, até hoje o Brasil não conseguiu recuperar sequer 10% do que já foi degradado e, ano após ano, constata-se que a degradação e destruição dos solos continuam.
Abordei ainda o impacto que este processo de degradação e destruição de todos os biomas brasileiros, principalmente do Cerrado, objeto central da reflexão e diálogo radiofônico, não podemos esquecer de mencionar tais impactos na saúde humana, com aumento de doenças respiratórias, vários tipos de câncer, sobrecarga dos serviços privados e principalmente públicos, além de que, principalmente o uso indiscriminado de agrotóxico nas lavouras afeta a qualidade dos alimentos produzidos e a própria água utilizada no abastecimento urbano e rural.
O desmatamento e as queimadas ao afetarem as nascentes e todas as bacias hidrográficas interferem tanto no volume dos reservatórios destinados ao abastecimento urbano e produção de energia, diretamente, quanto pela alteração do regime de chuvas em todas as regiões, provocando as vezes chuvas torrenciais com sérios problemas de um lado ou secas terríveis de outro.
Sempre é bom, também ter em mente que o planeta terra é um grande sistema interligado, ou como dizia o Papa Francisco e a canção “tudo está interligado” nesta Casa Comum, ou seja, o nosso Planeta Terra.
A degradação e destruição de um bioma ou ecossistema impacta direta ou indiretamente todos os demais; por isso precisamos cuidar do meio ambiente, a partir de nossos quintais, nossas comunidades, nossas cidades, nossos estados e nossos países e o mundo inteiro.
Pontuei, também, que este cuidado com o meio ambiente, que pertence `as obras da Criação, é uma responsabilidade de todos os Cristãos, evangélicos ou católicos e também fiéis de outras crenças e religiões, tanto a população em geral quanto governantes e empresários.
No que tange aos governantes isto é importante e que os mesmos não podem pensar apenas em eleições a cada dois anos, com vistas a conquistarem ou se manterem no poder, mas que o foco central deve ser a definição de políticas públicas de curto, médio e longo prazos e que os orçamentos dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Meio Ambiente e Mudança do Clima precisam ter orçamentos compatíveis com a necessidade de um enfrentamento mais efetivo, eficiente e eficaz aos desafios socioambientais nas áreas de suas competências, o que não está ocorrendo no momento e nem tem ocorrido ao longo de muitas décadas.
Quanto aos setores econômicos, mencionei que os mesmos não podem pensar apenas nos lucros imediatos, em seus balanços, mas no direito que as atuais e futuras gerações tem, no contexto das justiça climática, justiça ambiental e justiça social, afinal, os pobres, excluídos são as maiores vitimas, sobre os quais recaem a maior parte das consequências desta destruição e degradação ambiental, principalmente do desmatamento e queimadas e tudo que daí advém.
Oportunidades como esta de um programa radiofônico e outras mais em todos os tipos de veículos de comunicação, podem estar inseridas em uma preocupação global com a necessidade da existência de programas de educação ambiental crítica, uma forma de estimularmos a reflexão por parte das pessoas, procurando mudanças de comportamentos, estilo de vida e de sistemas produtivos e de relações de trabalho e de produção.
Enfim, é fundamental a substituição dos atuais paradigmas que alimentam a “economia da morte“, por novos paradigmas que embasem uma “economia da vida“, a chamada Economia de Francisco e Clara, como ao longo de mais de uma década foi objeto das exortações do Papa Francisco, baseado na economia solidária, na agroecologia e na economia circular.
Lamentavelmente, enquanto não percebermos a gravidade da destruição e degradação dos biomas e ecossistemas, o nosso planeta caminha para a destruição de todos os tipos de vida, inclusive da vida humana.
Da mesma forma que milhares de espécies vegetais e animais já desapareceram, como os dinossauros e outro mais, tudo leva a crer que a raça humana também poderá desaparecer deste planeta que está sendo agredido e continua doente, na UTI.
*Juacy da Silva, professor fundador, titular e aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, Sociólogo, mestre em sociologia, ambientalista, articulador da Pastoral da Ecologia Integral – Região Centro Oeste.
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