APUNHALADO PELAS COSTAS
“A ingratidão é algo que machuca, que dói. Ninguém gosta de ingratidão”

“Só não quero perder o apoio de Deus, da minha mulher, da minha família e do povo. Partido político faz parte. Não tem problema”.
Foi o que disse o governador do Estado de Mato Grosso, Mauro Mendes Ferreira (UB), durante entrevista ao programa Resumo do Dia, na noite desta quinta-feira 4, sobre o apoio do Senador Carlos Henrique Baqueta Fávaro do PSD a candidata ao governo pelo grupo de “oposição“, Márcia Pinheiro (PV).
“É uma ingratidão“.
A primeira dama Márcia Pinheiro, do Partido Verde (PV), teve seu nome escolhido pelo grupo da “oposição” para disputar a eleição em 2 de outubro para o comando do Palácio Paiaguás contra o candidato do União Brasil (UB), Mauro Mendes Ferreira.
Na entrevista, e visivelmente magoado, Mauro Mendes contou a história de como ajudou Carlos Fávaro se tornar Senador por Mato Grosso, expôs sua mágoa, porém disse que isso é normal.
“Eu o ajudei tanto e na primeira oportunidade ele vai apoiar outro, isso se chame “ingratidão”, porém isso no meio político é normal eu não posso é perder apoio de Deus e da minha família e do povo”.
Recentemente, o Senador pelo PSD, Carlos Favaro, apesar de não ter aceitado o convite de disputar o Governo de Mato Grosso contra Mauro Mendes, o parlamentar federal em outras entrevistas teria dito que apoiaria a reeleição de Mauro Mendes, no entanto, acabou mudando de posição e declarou apoio a candidata do grupo da “oposição”, Márcia Pinheiro.
“Eu vi o Carlos Fávaro declarando apoio à Márcia. Ele que escolheu isso. Com relação a Neri, não tenho nenhum compromisso com ele. Mas o Fávaro, eu realmente fico chateado. Todo mundo sabe que eu o ajudei muito. E na primeira oportunidade, ele vai apoiar o outro lado. No mínimo é uma grande ingratidão“.
Visivelmente chateado com o seu antigo amigo e agora ex-companheiro Carlos Favaro, o chefe do Executivo Estadual ainda expôs sua magoa.
“Quando você ajuda muito uma pessoa próxima de você, o mínimo que você espera é que essa pessoa seja grata a você. Se você ajuda um amigo, se um dia você precisar, você quer que te ajude. A ingratidão é algo que machuca, que dói. Ninguém gosta de ingratidão”.
Mauro Mendes no início do governo, o nomeou chefe do Escritório de Mato Grosso em Brasília, após Carlos Fávaro ter rompido com Pedro Taques (de quem era vice-governador). Em 2018, concorreu ao Senado e não se elegeu.
Mauro Mendes durante a entrevista chegou a ser questionado se ele tem algum medo do nome de Márcia Pinheiro nesta eleição para o Governo do Estado, e segundo Mendes, disse que não, e falou que o povo é quem vai avaliar o currículo de cada um dos candidatos nesta eleição, ou seja quem fez e vai fazer e quem só tem conversa.
“Tem que mostrar conhecimento, porque falar, até papagaio fala. Tem que saber se tem competência, se tem capacidade. As pessoas vão olhar seu currículo, o que você fez, sua experiência, para saber se você tem capacidade para fazer aquilo que diz que vai fazer”.
O Senador mato-grossense do PSD, Carlos Favaro, está coordenando a campanha do deputado federal do Partido Progressista (PP), Neri Geller, ao Senado da Republica, e também coordena a campanha do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT) em Mato Grosso.
Carlos Fávaro também faz parte do grupo político que faz “oposição” ao governador Mauro Mendes nesta eleição, e declarou apoio a primeira-dama de Cuiabá, Marcia Pinheiro (PV), como candidata ao Governo do Estado.

Política
Favaro terá que explicar repasses de Emendas Pix de R$ 9,2 bilhões

Recentemente, o ministro Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, deu prazo de 15 dias para que a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) apresentem um cronograma objetivo, com etapas e datas, para análise, apreciação e julgamento dos relatórios de gestão das Emendas Parlamentares Individuais, as “Emendas Pix”, referentes aos exercícios de 2020 a 2024.
Na decisão na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 854, o ministro destacou que a prestação de contas é um dever que se projeta para os órgãos competentes na esfera federal. O caso, segundo ele, envolve dezenas de bilhões de reais do Orçamento Geral da União que não podem permanecer em zonas de indefinição quanto à aferição da idoneidade e da eficiência de sua aplicação.
O ministro ressaltou a invalidade dos julgamentos de contas eventualmente realizados pelos tribunais de contas estaduais e municipais quanto a esse tema. Como estão em jogo recursos da União, a competência é exclusiva do Tribunal de Contas da União (TCU).
Diálogo
Flávio Dino, neste mês de agosto, havia determinado à AGU a elaboração de um plano de trabalho. O órgão apontou a necessidade de abertura de diálogo institucional com o Tribunal de Contas da União (TCU) e demais cortes de contas para coletar informações mais precisas sobre o tema.
O ministro acolheu a proposição de elaboração conjunta, especialmente em razão da competência técnica do órgão de controle externo. Destacou, contudo, a necessidade de observar as balizas definidas pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a competência exclusiva do TCU para julgar as contas referentes às Emendas Pix.
Emendas Impositivas
O ministro Flávio Dino também abriu prazo de 15 dias para que a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestem nos autos das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 7697, 7695 e 7688, para inclusão na pauta de julgamento do Plenário.
As ações tratam das Emendas Parlamentares Impositivas, de execução obrigatória pelo Poder Executivo. Elas abrangem as emendas individuais de transferência especial (emendas Pix), as individuais de transferência com finalidade definida e as de bancada.
TCU quer explicação de Carlos Favaro
Agora, o Tribunal de Contas da União (TCU), solicitou que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Carlos Henrique Baqueta Favaro (PSD), explique em até 180 dias quais procedimentos de fiscalização adotou no repasse das Emendas PIX para obras em estradas rurais em cidades do interior de Mato Grosso.
A solicitação faz parte da auditoria sobre os recursos transferidos entre 2019 e 2023. Na época, o ministério transferiu o total de R$ 9,2 bilhões para diferentes projetos em todo o país.
O ministro Walton Alencar Rodrigues que é relator do processo diz que:
“Verifica-se, assim, que o maior financiador e construtor de estradas no Brasil não é o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), mas o ministério, que constrói quase 10 vezes mais estradas que a autarquia federal especializada”.
Os parlamentares do Congresso Nacional solicitaram essa auditoria ao Tribunal de Contas da União (TCU) devido à importância desses projetos em seus redutos eleitorais. Do total transferido, R$ 297,3 milhões foram fiscalizados, correspondendo a 14 transferências voluntárias selecionadas.
As Emendas PIX são propostas feitas por deputados federais e senadores ao Orçamento da União e, ao contrário de outras, têm a execução obrigatória pelo governo federal. Ou seja, elas devem ser realizadas independentemente de qualquer negociação ou barganha com o Poder Executivo.
Superfaturamento
Um dos indícios de superfaturamento revelado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) está na obra da estrada rural na cidade de Canarana, a 838 km de Cuiabá, em convênio com a prefeitura do município.
A medição estimada de distância de transporte executada foi superior ao inicialmente contratado na recomposição do revestimento primário da estrada, o que levou a pagamentos maiores do que o previsto, segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). O valor estimado chega a R$ 1,588 milhão.
“A irregularidade decorreu de falha do projeto básico de engenharia em identificar adequadamente as fontes de materiais mais próximas ao trecho da estrada vicinal a ser recuperada, bem como em razão da deficiência da fiscalização do conveniente em verificar a origem dos materiais aplicados nas obras“, disse a auditoria.
A Prefeitura Municipal de Canarana disse que a obra é de responsabilidade da gestão anterior e que estão sendo “tomadas as providências jurídicas cabíveis”.
Falta de critérios claros
Outro ponto identificado está na política pública para adequação de estradas rurais que não está bem estruturada, conforme o Tribunal de Contas da União (TCU).
“Faltam diagnósticos, critérios claros para escolher os beneficiários, indicadores para monitorar os resultados e controle sobre a eficiência e eficácia dos gastos. Além disso, os recursos são distribuídos de forma desigual entre os estados“.
Um dos exemplos citados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) como ausência de critérios para repassar os recursos, em 2019 e 2022, os estados que receberam o maior valor de transferências voluntárias direcionadas às estradas rurais foram Tocantins (em 2019) e Minas Gerais (em 2020, 2021 e 2022), com participações, respectivamente, de 16,0%, 19,9%, 19,5% e 15,7% do total.
Em 2023, porém, foi destinado a Mato Grosso expressivos R$ 147,3 milhões, ou seja, quase a metade (especificamente 47,4%) de todas as transferências voluntárias com essa finalidade, de acordo com o TCU.
“É lamentável, portanto, que esse vultoso montante de recursos seja gasto sem que haja, de fato, política institucionalizada, estruturada, com objetivos claros, com indicadores adequados, com elementos mínimos necessários à alocação dos parcos recursos públicos disponíveis“, diz trecho do acórdão.
Caso os critérios e parâmetros adequados fossem seguidos, Mato Grosso não estaria entre os estados preferenciais para receber esses recursos em estradas rurais, segundo o ministro Walton Alencar Rodrigues.
Com isso, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em um prazo de 180 dias:
– Institucionalize uma política pública adequada em estradas rurais;
– Aprimore os controles existentes nos procedimentos de aceite de processos licitatórios que contenham situações que a legislação considere excepcional;
– Apure as irregularidades identificadas em convênios nos municípios de Canarana, Alta Floresta, Querência e Gaúcha do Norte;
– Crie procedimentos de verificação e aprovação dos projetos de engenharia específicos para execução de serviços de manutenção de estradas rurais;
– Aprimore os controles do processo de acompanhamento dos convênios voltados para obras em estradas na zona rural.
O Tribunal de Contas da União (TCU) ainda destacou que, entre 2019 e 2022, foram firmados 10 convênios para melhorar estradas rurais no estado, enquanto que, em 2023, esse número saltou para 183 convênios.
Crise política
Esses repasses criaram uma crise entre o ministro Carlos Fávaro (PSD) e o deputado Arthur Lira (PP-AL), que na época presidia a Câmara Federal. Ele chegou a pedir a cabeça de Carlos Fávaro. A auditoria se iniciou a pedido de parlamentares do Congresso Nacional.
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