II SEMANA DE DOAÇÃO DE LEITE HUMANO
Doação de Leite Humano: solidariedade que salva vidas

Cerca de 20 mililitros. Essa é a quantidade necessária de leite materno para alimentar um recém-nascido. O leite materno é o melhor e mais nutritivo alimento para os bebês. Infelizmente, nem todas as mães podem amamentar. Felizmente, algumas mulheres quando estão amamentando produzem um volume de leite além da necessidade do bebê, o que possibilita que sejam doadoras de um banco de leite humano.
No Brasil, a Lei 13.227, de 28 de dezembro de 2015, instituiu o dia 19 de maio como o Dia Nacional de Doação de Leite Humano e a Semana Nacional de Doação de Leite Humano, a serem comemorados anualmente. O Brasil é referência internacional em rede de bancos de leite humano.
Apesar de os bancos de leites estarem presente em todos os estados brasileiros, dados do Ministério da Saúde (MS) mostram que o volume de doações representa apenas 55% da demanda por leite humano no Brasil. A grande demanda por leite humano é estimulada principalmente por nascimentos de bebês prematuros ou de baixo peso.
Bebês prematuros são aqueles que nascem antes das 37 semanas de gestação. Como nascem prematuramente, não atingem o peso adequado, por isso, ficam mais expostos a doenças e requerem atenção especializada e cuidados para sobreviver e se desenvolver com saúde.
Campanha oficial de Doação de Leite
Nesta terça-feira (16), das 17h30 às 19h30, no Mato Grosso Palace Hotel, localizado no Centro de Cuiabá, acontece o lançamento oficial da II Semana Mato-grossense de Doação de Leite Humano. O evento é realizado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES/MT) em parceria com diversos instituições.
“Queremos promover a discussão sobre o assunto para desmistificar alguns tabus e incentivar a conscientização a respeito da doação do leite humano para manutenção da vida saudável dos bebês internados nas unidades de terapia intensiva”, diz o nutricionista e integrante da equipe de Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável da SES, Rodrigo Carvalho.
Apesar do lançamento oficial da semana ser na terça, as atividades iniciam nesta segunda-feira (15), às 14h, com uma roda de conversa na Unidade Básica de Saúde Indígena “Gomes Carneiro”, em Santo Antônio do Leverger.
Na quarta-feira (17), às 8h, será realizada a visita guiada e roda de conversa no Banco de Leite Humano do Hospital Geral de Cuiabá.
Na sexta-feira (19), Dia D Doação, as pessoas que amamentam inscritas na programação participarão de visitas aos Bancos de Leite Humano do Hospital Universitário Júlio Müller e do Hospital Geral de Cuiabá, além dos postos de Coleta de Leite Humano do Hospital Beneficente Santa Helena e do Femina Hospital e Maternidade. Para participar destas visitas é necessário se inscrever neste link.
Podem participar do evento mulher ou pessoa trans que amamentam, profissionais da saúde e simpatizantes com a temática.
Como ser doadora
Rodrigo explica que podem ser doadoras as pessoas que estiverem amamentando e produzem qualquer quantidade de leite para além do que o seu bebê necessita. Ela precisa estar saudável e não estar fazendo uso de nenhum medicamento contraindicado para o período de amamentação.
Ao atender esses critérios, a pessoa pode se cadastrar em uma das seis unidades de coleta de leite humano distribuídas nos municípios de Cuiabá, no Hospital Geral, Universitário Júlio Muller, Hospital e Maternidade Femina e Hospital Santa Helena. Em Rondonópolis, na Santa Casa de Misericórdia, e em Tangará da Serra, no Hospital Santa Ângela.
Doação de frascos
A SES também está mobilizando a campanha “Doe frascos, leve vida e cultive a esperança”. A ação visa a doação de frascos de vidro com tampa de plástico rosqueável para as unidades de coleta de leite humano de Mato Grosso.
Os frascos poderão ser entregues nas unidades de saúde dos municípios e encaminhados para os 14 Escritórios Regionais de Saúde, durante todo o ano. Os escritórios estão localizados em Cuiabá, Rondonópolis, Barra do Garças, Cáceres, Juína, Porto Alegre do Norte, Sinop, Tangará da Serra, Diamantino, Alta Floresta, Juara, Peixoto de Azevedo, Água Boa, Pontes e Lacerda, Colíder e São Felix do Araguaia.
Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite humano. Basta ser saudável e não tomar medicamentos que interfiram na amamentação.
– Para doação a um banco de leite humano, o leite materno deve ser armazenado em frascos de vidro de boca larga e tampa de plástico previamente higienizados com água e sabão e depois fervidos por 15 minutos, contando o tempo a partir do início da fervura.
– É importante realizar a higienização da mama com água e lavar as mãos com água e sabão, além de utilizar máscara sobre o nariz e a boca para evitar que gotículas de saliva caiam no leite doado.
Estrutura da rede
Segundo Rodrigo, a equipe de Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável trabalha na implementação de estratégias de promoção, proteção e apoio à amamentação em todos os níveis de atenção à saúde. Uma delas é a Rede Mato-grossense de Bancos de Leite Humano que está em expansão para outras regiões de saúde. Ele conta que nos próximos dois anos terão mais três bancos de leite humano na região do Teles Pires e outros quatro distribuídos nas regiões de saúde do Alto Tapajós, Médio Norte, Noroeste Mato-grossense e no Araguaia Xingu.
“A rede trabalha para a implementação desses bancos em razão da construção dos futuros hospitais regionais que estão em obra nessas localidades”, explica o gestor.
Apoiam o evento a Rede Global de Bancos de Leite Humano, o Hospital Geral de Cuiabá, Hospital Universitário Júlio Müller, Hospital Beneficente Santa Helena, Hospital e Maternidade Femina, Grupo de Apoio Supermães, Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Cuiabá, Associação de Doulas de Mato Grosso e o Grupo Bem Gerar.

Destaques
Seja um doador de medula óssea no MT Hemocentro

O transplante de medula óssea é um dos tratamentos indicados para a leucemia, um tipo de câncer que acomete os glóbulos brancos do sangue e faz mais de 11,5 mil casos, por ano, no Brasil. Para que o paciente tenha a chance de encontrar um doador de medula óssea compatível é necessária uma ampla investigação de compatibilidade. Nesse sentido, quanto maior o número de doadores disponíveis, maior a probabilidade de um resultado positivo. Veja como funciona o processo de doação de medula e como você pode colaborar.
Por que ser um doador de medula óssea?
Além da leucemia, o transplante de medula é tratamento para outras 80 doenças, em diferentes estágios. A primeira tentativa de compatibilidade é feita entre parentes próximos, principalmente com os irmãos do paciente. No entanto, o resultado costuma ser positivo em apenas 25% dos casos.
Por isso muitos pacientes buscam o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME). Criado em 1993, o banco de doação brasileiro está entre os maiores do mundo. São cerca de 300 mil novos cadastros por ano, totalizando mais de 5,6 milhões de doadores. Ainda assim, centenas de pessoas permanecem na fila do transplante em busca de um doador compatível.
O REDOME pertence ao Ministério da Saúde e é coordenado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA). Está conectado a outros bancos internacionais de doadores de medula e, portanto, as buscas ocorrem simultaneamente no Brasil e em outros países. Nesse sentido, quem se dispõe a doar pode ajudar pessoas em todo o mundo.
MT Hemocentro busca doadores
O MT Hemocentro é referência para quem quer se cadastrar como candidato a doador de medula óssea em Mato Grosso. O cadastro é simples e, no caso de compatibilidade entre doador e receptor, a doação é feita de forma segura para salvar a vida de quem necessita.
A medula óssea é usada para o transplante em pacientes que são acometidos por doenças como aplasias de medula óssea, alguns tipos específicos de leucemia, câncer, anemias e linfomas (doença que surge quando as células do nosso sistema linfático sofrem transformações, inclusive cancerígenas).
Para ser voluntário, a pessoa precisa ter entre 18 e 34 anos, levar um documento oficial com foto e estar em bom estado de saúde. A idade máxima em que a pessoa pode realizar a doação, em caso de compatibilidade, é 60 anos.
No ato do cadastro, é coletado 5 ml de sangue que será encaminhado para a análise em laboratório. Após a análise, os dados do voluntário ficarão disponíveis no sistema do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), para uma possível compatibilidade.
Entre as doenças que restringem o cadastramento no REDOME estão:
Hipertiroidismo;
Hepatite C;
Artrite reumatoide;
Lúpus;
Fibromialgia;
Esclerose Múltipla;
Doença de Chron;
Esquizofrenia;
Transtorno bipolar
De janeiro a setembro deste ano, 700 pessoas já se cadastraram como doadores. Em 2024, a unidade registrou 1.140 cadastros e, em 2023, foram 941.
A supervisora do MT Hemocentro, Fernanda Cristina Santos Silva, destaca a importância de se cadastrar para ser candidato à doação de medula óssea.
“O ato do cadastro é muito importante. A dificuldade de achar um doador compatível dentro do banco brasileiro é de 1 em 100 mil, então, a gente precisa de pessoas mais conscientes dentro desse banco de cadastros para auxiliar os pacientes que precisam”, destacou.
Fernanda Cristina também destaca que os voluntários à doação precisam manter o cadastro atualizado para que o Redome possa entrar em contato.
“É importante que os voluntários mantenham o cadastro atualizado para que, em caso de compatibilidade, a pessoa possa ser contatada. Em caso de mudança de contato, o voluntário pode fazer a atualização do cadastro no site do Redome ou pessoalmente aqui no MT Hemocentro”, afirmou.
A atualização do cadastro pelo site do Redome está disponível neste link: https://redome.inca.gov.br/atualize-seu-cadastro/.
História do doador
Emanuel Dominic de Paula realizou o cadastro no MT Hemocentro com 18 anos e, após um ano, foi chamado para realizar a doação. Ele destacou como esse ato foi uma experiência gratificante.
“Saber que pude ajudar alguém de alguma forma é gratificante e entendo como esse o nosso objetivo na terra. Sempre respeitar, estar em contato e ajudar ao máximo o próximo, então fui fiel às minhas ideias. Com certeza muita coisa mudou após a doação, eu conheci tanta gente lutando pela vida, pessoas com corações e histórias maravilhosas. Também conheci outros doadores, de vários lugares do país, que também tinham para si o ajudar ao próximo”, destacou.
Além disso, ele deixa uma mensagem para quem gostaria de se candidatar como doador.
“O medo é natural, todos nós temos medo, mas o importante é ter consciência de que não podemos deixar nosso medo impedir de fazermos nosso papel social de ajudar ao próximo. Tenho certeza de que a vida do próximo que luta por ela é maior que qualquer dor ou medo individual”, ressaltou.
Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, existem duas formas de realizar a doação. Uma delas é por punção, procedimento que é realizado sob anestesia, em que a medula óssea é retirada através de punções no interior do osso da bacia.
A outra forma é por Aférese, o doador deverá tomar uma medicação por 5 dias para aumentar a produção de células tronco e, após esse período, a doação é realizada através de uma máquina de Aférese. A máquina colhe sangue de uma veia de cada braço do doador, que separa as células tronco e devolve os outros componentes do sangue que não serão utilizados. Neste método, não há necessidade de internação e anestesia.
O voluntário que deseja se cadastrar como candidato a doador de medula óssea pode ir ao MT Hemocentro. A unidade funciona das 07h30 às 18h, sem pausa para o almoço.
O MT Hemocentro está localizado na Rua 13 de junho, 1055, Centro Sul. A coleta, assim como o cadastro, é rápida e segura.
O voluntário também pode tirar dúvidas pelo telefone (65) 98433-0624 (WhatsApp, somente mensagem), ou pelo número (65) 3623-0044, ramais 2024, 2025 e 2026.
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