SUPERLOTAÇÃO DE PRESOS EM MT
Superlotação e violação de direitos em prisões detém 74,8% dos presos em MT
O Brasil há muito tempo atravessa situação de evidente falência de seu sistema penitenciário, por óbvio fica a pergunta: como ressocializar seres humanos que são colocados em situações degradantes de superlotação, tortura psicológica, tortura física, que permanecem em ambientes completamente deletérios e, em sua maioria sem acesso a familiares, trabalho, educação e acompanhamento psicológico?
A resposta evidentemente parece ser única, tanto é que o desrespeito a dignidade da pessoa humana dos presos faz com que os objetivos principais de ressocialização sejam fadados ao completo insucesso, gerando a tão falada reincidência que atinge níveis alarmantes em nosso país.
Hoje dentre os presos que cumprem pena no território nacional, cerca de 70% (setenta por cento) destes voltam para a cadeia no Brasil, tais números são destacados há muitos anos pelos presidentes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Triste dizer, mais atualmente a situação do sistema penitenciário brasileiro, flagrantemente com superpopulação e falta de condições mínimas para com o respeito à dignidade da pessoa humana, certamente, não possibilita a reintegração dos presos à sociedade, tal falha em suas políticas ressocializadoras, decorrente da flagrante violência estatal desempenhada pelo desrespeito a condição humana propagada de maneira reiterada dentro deste sistema, somente reproduz mais violência no psicológico daqueles que cumprem pena, sendo o resultado de tal violência a propagação de mais brutalidade, agora praticada por aqueles presos que retornam à sociedade, o que, claro, torna praticamente impossível a ressocialização destes, assim, como, resulta em quase certeza de reincidência criminosa por parte dos apenados que deixam o sistema.
O Grupo de Atuação Estratégica na Defesa do Sistema Prisional (Gaedic/Sistema Prisional) da Defensoria de Mato Grosso concluiu uma série de inspeções em 16 unidades prisionais, onde 74,8% dos 11.014 provisórios e condenados de Mato Grosso estão presos. Superlotação, estruturas precárias, atendimento de saúde ausente ou insuficiente, falta de trabalho e educação estão entre as violações aos direitos identificadas.
Agora, o Grupo, que atuou em parceria com o Poder Judiciário e a Pastoral Carcerária, estudará medidas que poderão ser tomadas para reverter os problemas. O coordenador do Gaedic, defensor público André Rossignolo, explica que uma das ideias é propor uma ação para que a Justiça contabilize em dobro o cumprimento da pena de presos detidos em unidades prisionais desumanas.
“O maior problema de todos que encontramos é a superlotação, o que é muito grave, pois dela decorrem vários outros. A precariedade das estruturas é outra. Nesses lugares, os presos também ficam muito ociosos, não têm acesso a médicos, dentistas, não estudam nem trabalham. Focamos na estrutura física, mas observamos tudo e diante das violações constantes dos direitos humanos, vamos pedir à Justiça que defina como cumprimento da pena em dobro, para os que estão nesses locais“, disse.
O número insuficiente de apoio técnico e policiais penais, a falta de política de saúde mental para os servidores e a falta de padronização dos procedimentos, nas unidades do Estado, além dos resultados positivos alcançados pelos presos por meio de trabalho e educação, são mencionados no relatório. O problema crônico da falta de água para consumo e banho nas cadeias e presídios também foi destacado.
De 05 de julho a 02 de dezembro a comissão composta por defensores, juízes, servidores de várias áreas de conhecimento e integrantes da Pastoral Carcerária percorreram cadeias e presídios, femininos e masculinos, de Água Boa, Barra do Garças, Cáceres, Pontes e Lacerda, Sinop, Sorriso, Rondonópolis, Cuiabá, Várzea Grande, Tangará da Serra e Barra do Bugres. Para cada local visitado, um relatório foi feito com descrição dos problemas e entregue aos órgãos do Executivo e de outras esferas.
“A Defensoria Pública tem função vocacionada de fazer a proteção e promoção dos direitos humanos e essas inspeções são umas de nossas atribuições. Relatamos os problemas e os encaminhamos para aqueles que podem resolver, como primeira medida e vamos estudar outras. E a partir do ano que vem, as inspeções serão rotinas“, explica o defensor.
Durante as inspeções, toda a estrutura física é avaliada, presos, servidores e gestores das unidades são ouvidos por um questionário padrão e informações sobre a lotação e capacidade do lugar são coletadas. Depois, tudo é analisado no relatório. Nas visitas a Defensoria busca saber se existem crianças, adolescentes, deficientes, estrangeiros, doentes nos lugares; como são feitas as divisões por alas, o banho de sol, alimentação e o contato com a família.

O relatório da inspeção no presídio da Mata Grande, por exemplo, informa que a comissão identificou que nem todos os presos dormem em camas com colchões e que materiais de higiene pessoal, como sabonete, pasta de dente, escovas, são distribuídos pelo sistema, mas que não há uma regularidade. Já os artigos de limpeza da cela, como papel higiênico, detergente, água sanitária, seriam entregues uma vez ao mês, em pequena quantidade.
Lá, a água é racionada, e fornecida em dois horários do dia, os lavatórios e sanitárias foram descritos como de “péssimas” condições e em muitas celas existem infiltrações, problemas com o esgotamento da água o que levou os integrantes a descreverem os locais como insalubres, mal iluminados, úmidos e anti-higiênicos.
“É uma realidade degradante e tudo que foi relatado foi encaminhado para o Executivo. Agora, vamos estabelecer as providências“.
Comissão
Participaram das inspeções os defensores públicos André Rossignolo; Antônio de Araújo; Bruno de Moraes; Érico Ricardo da Silveira; Giovanna Marielly Santos; Leonardo Jacometti de Oliveira; Nelson Gonçalves de Souza Junior; Paulo Marquezini e Vinicius Hernandez e o servidor Bruno Cidade.
Veja abaixo todos os integrantes da Comissão:

Destaques
China entrega primeira encomenda em massa de robôs humanoides
A Ubtech iniciou a produção em massa dos robôs humanoides Walker S2, voltados para a indústria. A empresa promete entregar centenas de robôs na província de Guangdong, no sul da China. A companhia afirmou que tem pedidos que somam ¥ 800 milhões de iuanes (R$ 598,24 milhões) para este ano.
O Walker S2 será voltado, neste princípio, a atividades industriais. O robô tem 1,76 m de altura, pesa 70 kg e caminha a 2 quilômetros por hora. A empresa promete entregar centenas de robôs na província de Guangdong, no sul da China.
A fabricante chinesa UBTECH divulgou um vídeo no qual centenas de robôs humanoides aparecem alinhados dentro de um galpão, realizando movimentos sincronizados antes de marcharem até contêineres de transporte. As imagens, gravadas em Shenzhen, mostram o modelo Walker S2, a segunda geração do robô criado para atuar na manufatura, logística e inspeção industrial. Esses robôs são capazes de executar tarefas industriais complexas, acima do padrão humano, com a promessa de otimizar as linhas de montagem.
A cena viralizou nas redes sociais e gerou repercussão internacional devido a dimensão e a quantidade gigantesca de robôs. No entanto, parte dos internautas questionou a autenticidade das imagens, acreditando se tratar de um vídeo produzido por inteligência artificial.
A empresa, por outro lado, negou qualquer manipulação e, para reforçar a veracidade do vídeo, divulgou fotos de funcionários ao lado das máquinas. Segundo a empresa, esta é a primeira vez que robôs humanoides são entregues em grande escala para uso real na indústria, e não apenas demonstrados como protótipos.

Robôs são programados para trabalhar 24 horas por dia
Os Walker S2 foram apresentados pela UBTECH como robôs que operam 24 horas por dia em ambiente industrial, sem pausas. Essa lógica fordista resgatada, caracterizada pelo pela produção em massa de produtos, atraiu empresas chinesas de grande porte. Somente em 2025, a UBTECH recebeu mais de US$ 112 milhões em pedidos, incluindo contratações de US$ 35,1 milhões e US$ 22,3 milhões feitas por diferentes compradores, como BYD, FAW-Volkswagen e Foxconn.
Além disso, devido ao avanço das encomendas, as ações da UBTECH tiveram valorização superior a 150% na bolsa de Hong Kong, o que demonstra um interesse pela robótica no setor industrial. Apesar do avanço no interesse por esse tipo de dispositivo, algumas críticas sobre o impacto econômico e social dessa nova etapa da automação foram feitas no ambiente virtual, girando em torno de uma pergunta bem específica: eles vão nos substituir?
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