NUMEROS PREOCUPANTES
Observatório Caliandra mostra que Feminicídio em 2025 quase se iguala a 2024
O Estado de Mato Grosso registrou entre janeiro e setembro de 2025, 38 feminicídios, segundo dados do Observatório Caliandra do Ministério Público Estadual (MP/MT). Esse número representa quase 80% dos 47 casos contabilizados em todo o ano de 2024.
Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Estado de Mato Grosso registrou, pelo segundo ano consecutivo, a maior taxa proporcional de feminicídios do país em 2024, divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em 2024, 47 mulheres foram assassinadas por motivação de gênero no Estado, o que representa uma taxa de 2,5 casos por 100 mil habitantes, sendo considerado a maior do Brasil.
No cenário nacional, o país contabilizou 1.492 feminicídios em 2024, o maior número desde que a Lei que tipifica esse crime entrou em vigor, em 2015. O total representa um crescimento de 1% em relação a 2023, quando foram registrados 1.477 casos.
Após o Estado de Mato Grosso, outros Estados com maior taxa de feminicídio são: Mato Grosso do Sul (2,4%), Piauí (2,3%) e Roraima (2,0%). Na outra ponta, Amapá (0,5%), Sergipe (0,8%) e Ceará (0,9%) registram os menores percentuais, segundo o levantamento.
Em nota o Governo do Estado de Mato Grosso informou que tem investido em ações preventivas e de combate à violência contra a mulher.

ALERTA
Os dados revelam que, antes mesmo do ano acabar, o Estado contabiliza 45 mulheres assassinadas, apenas duas a menos que 2024, mesmo com ações de enfrentamento à violência doméstica, o feminicídio segue em níveis alarmantes e sem queda significativa nos últimos anos.
A promotora de Justiça Claire Vogel Dutra, titular da 15ª Promotoria de Justiça Criminal e coordenadora do Núcleo das Promotorias de Enfrentamento da Violência Doméstica da Capital, destaca que a transparência e o acesso às informações sobre violência doméstica e feminicídio são essenciais para o enfrentamento eficaz desse problema.
“Precisamos enxergar essas estatísticas como um alerta coletivo, que exige ações firmes do Estado e o envolvimento da sociedade como um todo”, pontua.
Segundo ela, a divulgação e a análise dos dados permitem identificar padrões de agressão e embasam a criação de políticas públicas mais eficientes na prevenção e no combate à violência contra a mulher. Claire Vogel acompanha de perto a realidade enfrentada pelas vítimas e seus familiares e alerta:
“Esse cenário agrava o sofrimento das mulheres e compromete a confiança da população no sistema de Justiça”.
“O Observatório se consolida como uma ferramenta estratégica de monitoramento constante, análise de padrões e prevenção da violência contra a mulher em Mato Grosso”, afirma a promotora de justiça, Claire Vogel.
Confira abaixo o histórico de feminicídio dos último cinco anos em Mato Grosso:
Perfil
Feminicídios em Mato Grosso – Observatório Caliandra – Dados de 2021 a 2025
Panorama Geral
- 20 Casos em Cuiabá (maior índice)
- 30 a 34 Anos: Idade das principais vítimas
- 400 Crianças ficaram órfãs (2021-2025)
Destaque para a incidência de órfãos em 2022 (92 casos) e 2025 (80 casos)
Vínculo e Motivação do Crime – dados de 2021 a 2025
- Companheiro (a) 101 casos
- Ex-companheiro (a) 43 casos
Menosprezo/Discriminação 52 ocorrências
- Separação 38 ocorrências
- Discussão 38 ocorrências
O vínculo íntimo com o autor é predominante, mas crimes também ocorreram com familiares, namorados e relações casuais.
Perfil das vítimas e armas
Etnia mais afetada:
- Mulheres pardas, seguidas por brancas e pretas.
Escolaridade:
- Majoritariamente até o Ensino Fundamental.
Meios Utilizados:
Principalmente armas cortantes (faca), seguido por arma de fogo.
Proteção e denúncia (insuficiência de medidas)
- 25 Com medida protetiva (sim)
- 63 Com boletim de ocorrência (sim)
- 203 Sem medida protetiva (não)
- 165 Sem denúncia formalizada (não)

Proteção das mulheres
Em Mato Grosso, leis criadas pela Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso (AL/MT), têm se tornado aliadas na proteção de mulheres vítimas de violência doméstica. Entre elas estão as Leis 11.374/2020, que instituiu o aplicativo SOS Mulher MT, ferramenta que oferece um botão do pânico para acionar rapidamente a Polícia Militar em casos de emergência, e a 12.456/2024 de criação do programa Patrulha Maria da Penha para fortalecer a iniciativa criada em 2019.
Um levantamento da Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa Mato-grossense, aponta 61 normas sancionadas nas últimas três décadas. As medidas vão de campanhas educativas e patrulhas especializadas a aplicativos de emergência e programas de enfrentamento ao assédio.
A deputada estadual Janaina Riva (MDB), Procuradora Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso (AL/MT), o órgão atua em casos de violência física, psicológica e patrimonial, oferecendo acolhimento inicial e encaminhamento a serviços especializados.
“Essa família dessa mulher também encontra respaldo na Assembleia. Até mesmo o primeiro atendimento psicológico é feito pelos nossos profissionais, que depois encaminham a vítima para acompanhamento no Estado”, explicou.
Entre as leis já aprovadas, ela citou a que garante à mulher o direito de ter acompanhante em consultas e exames médicos, criada após casos de violência sexual em ambiente hospitalar, e a lei do parto adequado, voltada à prevenção da violência obstétrica. Ambas ainda aguardam regulamentação.
Destaques
Linha que mata: o risco de acidente e morte com cerol
Pipa, papagaio, pandorga, quadrado, arraia: seja lá qual for o nome, é um dos brinquedos mais antigos da humanidade. Assim como a bola, é uma das poucas brincadeiras acessíveis a pessoas de qualquer estrato social, cultura, idioma, nacionalidade, etc. A pipa, ou “o” pipa, cada região usa um gênero diferente, está presente em todos os continentes. Assim como é divertido apenas soltar a pipa no ar e manter o controle, também é divertido competir para ver quem laça a pipa do outro ou, como dizem em alguns idiomas, quem caça a pipa. Competição que deu origem ao belíssimo romance “O Caçador de Pipas“, de Khaled Rosseini.
É preciso ser habilidoso para laçar uma pipa e não ser laçado. São movimentos à mão que fazem a pipa subir, descer, girar para os lados e dar o ataque que faz a outra “morrer” enroscada em sua linha.
Só que existe uma outra modalidade de caça: o corte da linha. Um caçador simplesmente corta a linha do outro para ver a pipa adversária entrar em uma triste espiral e chegar ao solo. Nessa tarefa de cortar a linha é que mora o perigo. Para melhorar a eficiência do corte usa-se vidro moído misturado com cola branca, chamado de cerol. Essa pasta forma um poderoso cortante capaz de serrar madeira, plástico e até alumínio. Imagine o que faz na carne!

O perigo do uso nocivo de cerol ou linha chilena
Apesar da recomendação para o isolamento social, tem sido frequente a visão de crianças e jovens empinando pipas nas áreas abertas e próximo a avenidas e rodovias. O perigo do uso nocivo de cerol ou linha chilena e outros tipos de material cortante no barbante, o que é proibido. Motociclistas e ciclistas são as maiores vítimas de cortes, amputações e até mesmo mortes ocasionadas pelo cerol e pela linha chilena.
O clima seco e os ventos fortes de agosto são ideais para “subir” uma pipa, como diz a criançada. A brincadeira, divertida e saudável, contudo, pode representar um risco à vida de quem anda de moto ou de bicicleta. Apesar de proibido, o uso de linha com cerol ou da linha chilena para empinar pipas ainda é comum e faz muitas vítimas, algumas fatais, entre os motociclistas.
Entretanto, basta uma busca na internet para descobrir que os acidentes com esse tipo de linha são frequentes. Feita com uma mistura de óxido de alumínio e pó de quartzo, a linha chilena mata. Leis que obriguem o uso da antena nas motos, como alguns parlamentares propõem, também não são a melhor forma de evitar fatalidades.
A única saída é a fiscalização intensa sobre a venda e o uso dessas linhas proibidas. Mas, infelizmente, ainda se encontram facilmente linhas com cerol ou chilena à venda na internet.
“É impressionante como ainda há pessoas que fazem uso do cerol e da linha chilena mesmo com índices alarmantes de acidentes e mortes em todo o País. Esse é um problema grave que precisa ser tratado com seriedade e, nesse sentido, a distribuição das antenas corta-pipa e dos folhetos informativos só contribuem para um trânsito mais seguro e servem de alerta para os riscos”.
Como se proteger da linha com cerol
A maneira mais fácil é instalar uma antena corta-pipa, como fazem muitos profissionais. O artefato custa cerca de R$ 40 ou até R$ 100 reais. Instalado no guidão da moto, teoricamente, corta a linha antes que esta atinja o condutor da moto.
Embora não proteja totalmente, como mostra o triste caso do motociclista carioca, parece a única saída para se proteger das pipas. Mas, além de ser horrível esteticamente, não serve em todas as motos. No caso das esportivas, por exemplo, não há onde fixar a antena. Outra alternativa são os protetores de pescoço, que evitariam os casos fatais, mas não ferimentos no rosto, braços ou mãos.
Não uso antena em minha moto, mas tomo alguns cuidados. O primeiro deles é ficar atento a pessoas empinando pipas à margem da via. Se elas estão lá, há grandes chances de alguma linha com cerol cruzar a rodovia. Uma dica para se proteger delas é rodar atrás ou ao lado de veículos altos, como caminhões e ônibus, mantendo distância segura, é claro. Pelo menos, enquanto avistar pipas no céu.
Uma criança é vítima em Várzea Grande
Uma criança de 9 anos morreu após ser atingida no pescoço por uma linha de cerol, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, neste domingo (26). A vítima foi identificada como Davi Almeida Franco.
Segundo a Guarda Municipal, a vítima é um menino que estava andando de bicicleta próximo à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Cristo Rei, quando sofreu o acidente e foi ferido pela linha de cerol. O impacto provocou uma lesão profunda, levando-o a cair imediatamente. Moradores que estavam próximos prestaram socorro e o encaminharam rapidamente à UPA local, mas ele não resistiu aos ferimentos.
A Polícia Militar esteve no local e realizou o isolamento da área para coleta de evidências. A investigação ficará sob responsabilidade da Polícia Civil, que buscará identificar a origem da linha envolvida no acidente.

“Operação Céu Azul”
Nesta segunda-feira (27), a Prefeitura Municipal de Várzea Grande, por meio da Guarda Municipal, lançou a “Operação Céu Azul” com o objetivo de intensificar a fiscalização contra o uso e a comercialização de linhas com material cortante (cerol) em bairros e pontos de venda da cidade.
A iniciativa surge após o menino Davi Almeida Franco, de 9 anos, morrer após ser atingido no pescoço por uma linha chilena enquanto andava de bicicleta no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, o que mobilizou autoridades e comunidade. O menino andava com a irmãzinha na garupa quando a linha letal atravessou sua trajetória, e apesar de ter sido socorrido rapidamente, ele não resistiu aos ferimentos.
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