Search
Close this search box.

EXTORQUIU UM MAGISTRADO ESTADUAL

Ex-assessora de juiz estadual que fraudou procedimentos é investigada por extorsão e associação criminosa

Publicados

em

A Polícia Civil cumpriu nesta sexta-feira (06), em Nortelândia, mandado judicial de busca e apreensão contra uma advogada e ex-assessora judiciária, investigada por extorquir um magistrado estadual. Durante o cumprimento da busca no endereço residencial da investigada, com apoio da Delegacia de Arenápolis, ela avançou contra a equipe policial.

A Delegacia de Sorriso instaurou inquérito policial para apurar os crimes de extorsão, exploração de prestígio, falso testemunho, prevaricação, calúnia, denunciação caluniosa e associação criminosa, a partir do recebimento de informações que constataram o cometimento dos crimes pela investigada que também tentou cooptar dois assessores para participar da extorsão contra um magistrado.

A ex-assessora, de 43 anos, que chegou a exercer a função de chefe de gabinete do magistrado, foi exonerada no primeiro semestre deste ano.

A Polícia Civil apurou ainda que durante o tempo em que exerceu o cargo de assessora jurídica no Judiciário estadual, a investigada também atuou como advogada, mesmo estando impedida legalmente. A investigação da vida pregressa da suspeita demonstrou que, por diversas ocasiões, ela cometeu falsidade ideológica com intuito de tomar posse em cargo público.

Histórico

Antes de trabalhar em Mato Grosso, ela foi analista técnico-jurídico da Secretaria de Estado e Defesa Social de Minas Gerais. Em 2012, foi submetida a uma Sindicância Administrativa que culminou com a perda do cargo por inassiduidade habitual no serviço público.

A inassiduidade habitual se configura pela falta injustificada ao serviço por 60 dias, intercalados, no período de 12 meses; não sendo necessário o requisito subjetivo da vontade. Neste caso, diferentemente do abandono de cargo, bastam as faltas injustificadas.

Posteriormente, ela alterou seu nome judicialmente, o que permitiu que a suspeita cometesse, em ao menos cinco ocasiões, o crime de falsidade ideológica em documento público.

Em Mato Grosso, a investigada exerceu o cargo de assessora em cinco comarcas e foi apurado que ela usou informação falsa na declaração apresentada ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso, pois durante o período em que exerceu o cargo de assessoria jurídica, também atuou como advogada, mesmo legalmente impedida.

O Tribunal de Justiça também exige, para formalização da posse, declaração de não-exercício da advocacia. Logo, a investigada cometeu diversos crimes de falsidade ideológica relacionada ao tema, considerando que também lançou informação falsa em declaração prestada, explicou o delegado responsável pela investigação, Bruno França.

Extorsão

A investigada traçou um plano criminoso com o objetivo de extorquir R$ 1,5 milhão do magistrado com quem trabalhou. Para isso, ela tentou convencer mais dois assessores jurídicos do mesmo gabinete a participar de seu plano.

Leia Também:  E agora Nenel!!! Perri prorrogou a Intervenção na Saúde até 31 dezembro

A intenção da investigada, segundo ela mesma confessa aos antigos colegas de trabalho, era iniciar uma campanha difamatória e sabotar procedimentos do magistrado a fim de gerar problemas graves para ele junto à Corregedoria Geral de Justiça. Em seguida, ela o extorquiria na quantia de R$ 1.500.000,00 que, segundo afirmou, seriam divididos entre ela e os dois assessores que tentou cooptar .

Conforme o material coletado na investigação e demonstrado nos diálogos mantidos por ela, a ex-assessora tinha crença em sua impunidade e chegou a descrever como faria a sabotagem dos procedimentos judiciais presididos pelo magistrado.

Ela detalhou que lançaria minutas fraudulentas ou erradas, em meio a uma pilha de outros documentos, a fim de dificultar que o juiz conseguisse identificá-las. Em um áudio enviado aos dois assessores, ela diz que teria proteção e promete cargos, com o intuito de convencê-los a participar do intento criminoso.

Além de adulterar as minutas e atuar para que o juiz não detectasse as fraudes, a investigada excluiu pedidos de informações que constavam em malotes digitais enviados pelo Tribunal de Justiça ao magistrado, a fim de que ele não respondesse as solicitações recebidas.

Mesmo após a recusa dos dois assessores, a investigada deu sequência à ação criminosa e começou a sonegar as requisições do Tribunal de Justiça por malote digital e também proibiu os demais assessores de acessar os procedimentos, alegando que a atribuição seria sua. Um dos assessores foi, inclusive, proibido por ela de acessar os procedimentos que chegassem a ele por e-mail funcional. As condutas da ex-assessora acabaram gerando instauração de sindicâncias para o magistrado.

Leia Também:  Antônio Joaquim diz que tem antidoto para o “Escorpião Taques”

Em áudios enviados à vítima, a investigada exige que o magistrado pague R$ 1,5 milhão de reais para que não o prejudique nos procedimentos junto à Corregedoria Geral de Justiça, que foram instaurados por atos ilícitos cometidos por ela.

Dando sequência aos atos criminosos, a investigada ameaça, inclusive, extorquir a mãe do magistrado.

Mas eu já adianto isso, não pode vazar em. Porque eu não vou negociar com ele, eu vou negociar com a mamãezinha dele, entendeu?

Em um dos trechos, a suspeita diz que o magistrado não pode morrer antes de pagá-la:

…você não morre antes de pagar meu dinheiro não, ou, então, me dê a senha do cartão… Eu quero a senha do cartão black. Ou você, mas você não morre antes de me dar meu dinheiro, depois que você me der meu dinheiro você morre, bate as botas, você faz o que você quiser que eu não quero saber que você existe na face da Terra”.

Em outro áudio, ela pede os dados bancários dos demais assessores a fim de receber o pagamento, convicta de que a extorsão seria exitosa.

Ele vai ter que fazer um acordo. Comigo e com vocês 2 se não, não vou passar nada. Sem dinheiro, eu não vou passar nada, eu quero dinheiro nas nossas contas. Para mim, tudo tem um preço. Meu preço eu já falei, então. Daqui para frente, vai ser assim”.

Ameaças

Como a vítima não efetuou nenhum pagamento e exonerou a investigada, ela passou a ameaçá-lo e também aos servidores que não quiseram participar do plano criminoso. Em áudio enviado aos dois assessores, ela afirma que, caso seu plano seja revelado, também irá difamá-los.

A investigação apurou também que no início de agosto, a investigada ingressou com petições em todas as sindicâncias em que a vítima é parte, contestando as defesas e imputando ao magistrado atos que, conforme foi apontado, ocorreram pela conduta da ex-assessora.

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

Destaques

Linha que mata: o risco de acidente e morte com cerol

Publicados

em

Pipa, papagaio, pandorga, quadrado, arraia: seja lá qual for o nome, é um dos brinquedos mais antigos da humanidade. Assim como a bola, é uma das poucas brincadeiras acessíveis a pessoas de qualquer estrato social, cultura, idioma, nacionalidade, etc. A pipa, ou “o” pipa, cada região usa um gênero diferente, está presente em todos os continentes. Assim como é divertido apenas soltar a pipa no ar e manter o controle, também é divertido competir para ver quem laça a pipa do outro ou, como dizem em alguns idiomas, quem caça a pipa. Competição que deu origem ao belíssimo romance “O Caçador de Pipas“, de Khaled Rosseini.

É preciso ser habilidoso para laçar uma pipa e não ser laçado. São movimentos à mão que fazem a pipa subir, descer, girar para os lados e dar o ataque que faz a outra “morrer” enroscada em sua linha.

Só que existe uma outra modalidade de caça: o corte da linha. Um caçador simplesmente corta a linha do outro para ver a pipa adversária entrar em uma triste espiral e chegar ao solo. Nessa tarefa de cortar a linha é que mora o perigo. Para melhorar a eficiência do corte usa-se vidro moído misturado com cola branca, chamado de cerol. Essa pasta forma um poderoso cortante capaz de serrar madeira, plástico e até alumínio. Imagine o que faz na carne!

O perigo do uso nocivo de cerol ou linha chilena

Apesar da recomendação para o isolamento social, tem sido frequente a visão de crianças e jovens empinando pipas nas áreas abertas e próximo a avenidas e rodovias. O perigo do uso nocivo de cerol ou linha chilena e outros tipos de material cortante no barbante, o que é proibido. Motociclistas e ciclistas são as maiores vítimas de cortes, amputações e até mesmo mortes ocasionadas pelo cerol e pela linha chilena.

O clima seco e os ventos fortes de agosto são ideais para “subir” uma pipa, como diz a criançada. A brincadeira, divertida e saudável, contudo, pode representar um risco à vida de quem anda de moto ou de bicicleta. Apesar de proibido, o uso de linha com cerol ou da linha chilena para empinar pipas ainda é comum e faz muitas vítimas, algumas fatais, entre os motociclistas. 

Leia Também:  Maggi admite pagamento do governo do Mato Grosso à Odebrecht; Veja cópias de documento que comprovariam o esquema

Entretanto, basta uma busca na internet para descobrir que os acidentes com esse tipo de linha são frequentes. Feita com uma mistura de óxido de alumínio e pó de quartzo, a linha chilena mata. Leis que obriguem o uso da antena nas motos, como alguns parlamentares propõem, também não são a melhor forma de evitar fatalidades.

A única saída é a fiscalização intensa sobre a venda e o uso dessas linhas proibidas. Mas, infelizmente, ainda se encontram facilmente linhas com cerol ou chilena à venda na internet.

É impressionante como ainda há pessoas que fazem uso do cerol e da linha chilena mesmo com índices alarmantes de acidentes e mortes em todo o País. Esse é um problema grave que precisa ser tratado com seriedade e, nesse sentido, a distribuição das antenas corta-pipa e dos folhetos informativos só contribuem para um trânsito mais seguro e servem de alerta para os riscos”.

Como se proteger da linha com cerol

A maneira mais fácil é instalar uma antena corta-pipa, como fazem muitos profissionais. O artefato custa cerca de R$ 40 ou até R$ 100 reais. Instalado no guidão da moto, teoricamente, corta a linha antes que esta atinja o condutor da moto.

Embora não proteja totalmente, como mostra o triste caso do motociclista carioca, parece a única saída para se proteger das pipas. Mas, além de ser horrível esteticamente, não serve em todas as motos. No caso das esportivas, por exemplo, não há onde fixar a antena. Outra alternativa são os protetores de pescoço, que evitariam os casos fatais, mas não ferimentos no rosto, braços ou mãos.

Não uso antena em minha moto, mas tomo alguns cuidados. O primeiro deles é ficar atento a pessoas empinando pipas à margem da via. Se elas estão lá, há grandes chances de alguma linha com cerol cruzar a rodovia. Uma dica para se proteger delas é rodar atrás ou ao lado de veículos altos, como caminhões e ônibus, mantendo distância segura, é claro. Pelo menos, enquanto avistar pipas no céu.

Leia Também:  Baiano Filho: “Minha atitude é mais um motivo de coragem”

Uma criança é vítima em Várzea Grande 

Uma criança de 9 anos morreu após ser atingida no pescoço por uma linha de cerol, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, neste domingo (26). A vítima foi identificada como Davi Almeida Franco.

Segundo a Guarda Municipal, a vítima é um menino que estava andando de bicicleta próximo à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Cristo Rei, quando sofreu o acidente e foi ferido pela linha de cerol. O impacto provocou uma lesão profunda, levando-o a cair imediatamente. Moradores que estavam próximos prestaram socorro e o encaminharam rapidamente à UPA local, mas ele não resistiu aos ferimentos.

A Polícia Militar esteve no local e realizou o isolamento da área para coleta de evidências. A investigação ficará sob responsabilidade da Polícia Civil, que buscará identificar a origem da linha envolvida no acidente.

“Operação Céu Azul”

Nesta segunda-feira (27), a Prefeitura Municipal de Várzea Grande, por meio da Guarda Municipal, lançou a Operação Céu Azul com o objetivo de intensificar a fiscalização contra o uso e a comercialização de linhas com material cortante (cerol) em bairros e pontos de venda da cidade.

A iniciativa surge após o menino Davi Almeida Franco, de 9 anos, morrer após ser atingido no pescoço por uma linha chilena enquanto andava de bicicleta no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, o que mobilizou autoridades e comunidade. O menino andava com a irmãzinha na garupa quando a linha letal atravessou sua trajetória, e apesar de ter sido socorrido rapidamente, ele não resistiu aos ferimentos.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

MAIS LIDAS DA SEMANA