Artigo
O amor altruísta!

Autora: Kamila Garcia* –
A clareza do pensamento na Antiguidade contrasta com a regressão humana na era contemporânea. Não é por acaso que quem ainda possui inteligência criou a inteligência artificial para conversas longas e produtivas.
Hoje, poucos buscam o conhecimento por amor a ele. Muitos almejam títulos e honrarias sem o esforço, sem o pensamento crítico, e sem explorar plenamente suas capacidades. A bondade e a amizade são tratadas como mera moeda de troca, pois a essência do ser humano contemporâneo muitas vezes se perdeu em prazeres superficiais.
A ética e a moral, outrora bússolas do pensamento científico e espiritual, foram substituídas por forças externas que comprometem o verdadeiro conhecimento e a convivência social, voltada para o bem comum. De que adianta a tecnologia, se a maioria não tem acesso ao básico? De que serve pensar em benfeitorias, se não há interesse em implementá-las de maneira justa e universal?
Outro dia, ouvi um professor dizer que caridade se faz na Igreja, e precisei discordar. Há tempos, nem mesmo templos e igrejas realizam atos de caridade sem buscar notoriedade social. A caridade verdadeira se faz no amor e na união. Poucos estão dispostos a doar tempo, atenção e amabilidade para ouvir, sentir e coexistir como iguais neste mundo. O altruísmo está em dar sem esperar nada em troca. Ainda assim, os altruístas cultivam amor-próprio e não buscam na inteligência artificial o afeto que não receberam.
O altruísta não desconta sua dor no outro nem subverte os valores que norteiam sua vida. Ele ama conscientemente, respeitando seus deveres e direitos como ser social e espiritual. Sua alma é livre, emergindo de qualquer obstáculo que outros tentem impor, sem se deixar aprisionar pelos fracassos alheios.
Não há céu ou inferno para quem compreende a missão de existir e de amar. Há apenas a visão clara da criação: seja no pensamento, seja no redirecionamento da própria vida.
O altruísta mergulha em si mesmo e emerge com todo o seu potencial. Sua alma é infinita. Embora não seja compreendido pela maioria, ele encontra felicidade constante, pois o seu amor é infinitamente radiante.
*Kamila Garcia é bacharel em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, com pós-graduação em Psicanálise. Atualmente é estudante de Psicologia.

Artigos
Nossa língua é “coisa de índio”!

Autora: Rosário Maiettini* –
A palavra, como se sabe, é um ser vivo.
Temos que ter respeito por ela, porque a diferença entre a palavra certa e a palavra quase certa é a mesma diferença que existe entre um relâmpago e um vagalume, como nos diria Mark Twain.
Alguém pode negar que é através da palavra que nós, humanos, alcançamos a compreensão mútua, mesmo depois de muito perrengue? Perrengue é gíria, e a gíria faz parte da vivacidade de uma língua.
As palavras são códigos, e a quebra dos códigos é traição a toda uma sociedade.
No presente momento, estamos usando demasiadamente a palavra grega Democracia – governo do povo, pelo povo, para o povo. Um vagalume.
Também utilizamos a palavra italiana Fascismo, que é derivada do latim, fasces, um feixe de varas amarrada em volta de um machado, símbolo do poder conferido aos magistrados na República Romana, para flagelar e decapitar cidadãos desobedientes. Outro vagalume.
E tudo isso através da Política, palavra grega – Pólis, administração das Cidades-Estados.
E, com certa tristeza, acrescentamos a estas a palavra alemã Schadenfreude que significa “a sensação de felicidade pela tristeza alheia”.
Na presente Babel – palavra hebraica que significa confusão de línguas ou grandes algazarras, podemos descrever o nosso mundo polarizado.
As palavras e seus significados formam nosso universo mental.
Somos povoados por palavras que por si só, não são nem boas, nem más, porém, seus conceitos e preconceitos, de um modo geral, acionam gatilhos –palavra de origem espanhola – que, mexendo com nossas emoções, nos fazem agir.
As palavras excitam a mente e exaltam o espírito, mas uma mente vigorosa requer curiosidade e um espírito preparado exige abertura.
No nosso planeta existiram línguas poderosas – o latim, o grego, o sânscrito, línguas clássicas, que vivem nos vocábulos de diversas ciências, sendo fundamental no direito, na medicina, na biologia, na filosofia e, cá entre nós, o poder das palavras estava no tupi-guarani.
Nossa língua original era tão vigorosa que no ano de 1758 o Marques de Pombal proibiu o uso do idioma e chegou a apagar os nomes indígenas de várias localidades brasileiras.
Palavras! Palavras! Palavras!
Duas palavras, muito curtas, muito antigas e muito comuns, são usadas em todos os idiomas e em todos os dialetos do planeta – sim e não – e são as que em todos os tempos, antigos ou modernos, exigem uma grande reflexão antes de serem proferidas.
Entre o sim e o não, os “diálogos” (palavra grega, dos grandes filósofos) poderiam ser imensamente mais frutíferos se fosse usado com mais frequência a expressão: eu não sei.
Sem palavras, nada somos, nós existimos e somos visíveis apenas porque temos voz e por isso é extremamente importante que ela não seja calada.
Quanto aos idiomas e dialetos de todos o planeta, podemos homenageá-los com um texto de Ribeiro Couto:
“Língua que fostes de uns e fostes de outros / Língua de continente, marinheira / Línguas de brancos, negros e ainda outros. / Que bom haver quem como nós te queira”.
*Rosário Maiettini é jornalista e autora do livro “Volta ao mundo em 280 páginas – Do crepúsculo ao alvorecer”
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