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Eduardo Chiletto: – Construir ciclovias é valorizar vidas

Construir ciclovias é valorizar vidas
Por: Eduardo Chiletto –
Quantos ciclistas e “bicicleteiros” precisarão morrer em Cuiabá por atropelamento antes que o poder público tome providências e construa ciclovias? A campanha Maio Amarelo tem a proposta de chamar a atenção da sociedade para os altos índices de mortes e feridos no trânsito, mas não faz sentido promover um movimento como este sem buscar ações práticas para enfrentar o problema.
Mesmo o Brasil sendo o terceiro maior produtor mundial de bicicletas, com uma produção anual que chega a 4 milhões de unidades e uma frota aproximada de 70 milhões de bicicletas, infelizmente, são poucas as cidades que investem na infraestrutura necessária que ofereça segurança e mobilidade aos ciclistas.
Em Mato Grosso, por exemplo, mais de 40% das bicicletas compradas são utilizadas como meio de transporte urbano. No entanto, com prefeituras descompromissadas, a política de mobilidade urbana vai à contramão dos outros estados e se mantém com pouca ou nenhuma infraestrutura necessária para segurança dos ciclistas e pedestres.
A ineficiência atingiu seu ápice com as “obras da Copa” quando praticamente todas as intervenções urbanas de Cuiabá e Várzea Grande se preocupavam exclusivamente com aqueles que estão dentro dos seus automóveis ou onde eles iriam estacionar. Aliás, nunca existiu nos projetos urbanísticos a preocupação com pessoas que andam de bicicleta ou a pé, mesmo que elas sejam as verdadeiras responsáveis pela história e cultura da nossa cidade.
As gestões municipais, com seus projetos faraônicos inspirados em obras europeias ou asiáticas – vide “Porto Maravilha“- inclusive cortou árvores da mata ciliar do Rio Cuiabá para parecer, quem sabe, o Rio Sena ou Tâmisa daqui a poucos anos.
Mas esqueceu de pesquisar que a realidade nesses países é outra hoje e a venda de bicicletas ultrapassou a de carros em praticamente toda a Europa. Um fenômeno atingiu 25 dos 27 países membros da união europeia! A constatação afeta inclusive países tradicionalmente voltados aos automóveis, como Alemanha e Itália.
Infelizmente esta tendência ainda não alcançou Cuiabá, onde os incentivos ao uso das bicicletas são ínfimos ou mesmo inexistentes, comparando a outras cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo e Florianópolis ou às europeias, a exemplo de Amsterdã, Paris e Copenhagen.
Historicamente, com o advento da construção de Brasília, nossa capital sofreu grandes transformações arquitetônicas e urbanísticas, dentre elas, a infâmia que foi a derrubada de um grande e valioso patrimônio histórico, a Igreja Matriz. Mas quem sabe nos dias atuais a prefeitura ambicione novamente ser uma Brasília, só que para coisas relevantes:
“Distrito Federal já tem a maior malha cicloviária do Brasil. Cidade pode ser uma das líderes mundiais, com mais de 600 km de faixas exclusivas para as bicicletas“. Ou “Malha cicloviária das capitais cresce 133% em 4 anos e já passa de 3 mil quilômetros. São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília concentram maior expansão“.
A capital federal de fato se tornou referência no assunto em pouco tempo e fica atrás apenas de Nova York (Estados Unidos), que possui com 670 km, e à frente de Copenhague (Dinamarca), Paris (França) e Amsterdã (Holanda), que têm, respectivamente, 350 km, 394 km e 400 km, de acordo com a ONG Mobilize Brasil.
Já que os ilustres gestores públicos buscam ‘importar’ soluções em detrimento às propostas locais. Seria uma boa opção direcionar a administração para ações que valorizem pessoas, transeuntes e ciclistas, ao invés de apenas carros. Você não acha que seria mais inteligente e elegante reproduzir o que é bom?
Aliás, tenho um convite a todos: refletir sobre a cidade que queremos para nossos filhos e netos, ou seja, para as próximas gerações. Porque as mudanças que desejamos só serão possíveis quando vidas humanas estiverem efetivamente em primeiro lugar, nas agendas da gestão pública.
Eduardo Chiletto, arquiteto e urbanista, presidente da AAU-MT, [email protected], https://www.instagram.com/academiaarqurb/

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O amor altruísta!

Autora: Kamila Garcia* –
A clareza do pensamento na Antiguidade contrasta com a regressão humana na era contemporânea. Não é por acaso que quem ainda possui inteligência criou a inteligência artificial para conversas longas e produtivas.
Hoje, poucos buscam o conhecimento por amor a ele. Muitos almejam títulos e honrarias sem o esforço, sem o pensamento crítico, e sem explorar plenamente suas capacidades. A bondade e a amizade são tratadas como mera moeda de troca, pois a essência do ser humano contemporâneo muitas vezes se perdeu em prazeres superficiais.
A ética e a moral, outrora bússolas do pensamento científico e espiritual, foram substituídas por forças externas que comprometem o verdadeiro conhecimento e a convivência social, voltada para o bem comum. De que adianta a tecnologia, se a maioria não tem acesso ao básico? De que serve pensar em benfeitorias, se não há interesse em implementá-las de maneira justa e universal?
Outro dia, ouvi um professor dizer que caridade se faz na Igreja, e precisei discordar. Há tempos, nem mesmo templos e igrejas realizam atos de caridade sem buscar notoriedade social. A caridade verdadeira se faz no amor e na união. Poucos estão dispostos a doar tempo, atenção e amabilidade para ouvir, sentir e coexistir como iguais neste mundo. O altruísmo está em dar sem esperar nada em troca. Ainda assim, os altruístas cultivam amor-próprio e não buscam na inteligência artificial o afeto que não receberam.
O altruísta não desconta sua dor no outro nem subverte os valores que norteiam sua vida. Ele ama conscientemente, respeitando seus deveres e direitos como ser social e espiritual. Sua alma é livre, emergindo de qualquer obstáculo que outros tentem impor, sem se deixar aprisionar pelos fracassos alheios.
Não há céu ou inferno para quem compreende a missão de existir e de amar. Há apenas a visão clara da criação: seja no pensamento, seja no redirecionamento da própria vida.
O altruísta mergulha em si mesmo e emerge com todo o seu potencial. Sua alma é infinita. Embora não seja compreendido pela maioria, ele encontra felicidade constante, pois o seu amor é infinitamente radiante.
*Kamila Garcia é bacharel em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, com pós-graduação em Psicanálise. Atualmente é estudante de Psicologia.
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