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ARTIGO

Cyrano Rizzo: – Boas práticas tecnológicas se planejam em tempos de calmaria

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Boas práticas tecnológicas se planejam em tempos de calmaria

Autor: Cyrano Rizzo

Dinheiro não dá em árvore. O provérbio é antigo, mas nunca soou tão verdadeiro, principalmente neste período de incerteza que vivemos. E, na minha avaliação, uma das grandes lições que a pandemia nos trouxe é que o TI não pode ser tratado como uma loteria, ou seja, não dá para conduzirmos processos que são muitas vezes cruciais na base da sorte. Precisamos, sempre com muita atenção, analisar, testar antes de implementar, e seguir com rigor e precisão cirúrgica as metodologias determinadas para o sucesso de uma ação.

É preciso virar a chave e adotar uma nova cultura de investimentos. Ou melhor, é preciso encarar o TI como um investimento, e não como uma despesa ou algo supérfluo. Contudo, isso só é possível com uma mudança de cultura, na qual o TI é visto como uma engrenagem, e não como um “atrapalhante”.

Parece óbvio, mas planejamento só se faz em tempo de calmaria – quem faz escolhas em meio à tempestade quase sempre erra a mão. A pandemia, por sua vez, nos mostrou que as escolhas têm que ser assertivas – afinal, dinheiro não dá em árvore, não é mesmo? Em meio a uma crise, não há espaço para erros. E só quem se planejou muito bem (ou soube virar a chave muito rapidamente) conseguiu assimilar o home office e o volume de reuniões via conferência como rotinas reais de trabalho. Se antes ficávamos presos no trânsito durante uma parte do dia, o que acabava gerando um tempo ocioso, hoje somos capazes de fazer calls a cada 15 minutos. Na minha percepção, as pessoas estão mais ocupadas, tentando aproveitar ao máximo todo tempo disponível. Isso, contudo, não significa que elas estejam necessariamente mais produtivas, mas isso é tema para um próximo artigo.

Voltando ao tema, é preciso destacar que diversas empresas enfrentaram (e ainda enfrentam) dificuldades para se adaptar a tantas mudanças. A colaboração, contudo, é o que salva em todos esses casos. Se muitas organizações aumentaram a sua capacidade de entrega e a sua produtividade, ou se elas ainda buscam um caminho viável, isso é possível graças às soluções que permitem estruturar um trabalho coeso e sinérgico. No centro de tudo isso, eis que a nuvem se apresenta, e será o uso inteligente da nuvem o que vai permitir a retomada, mesmo que gradual, das atividades presenciais.

Será preciso investir, não só em tecnologia, mas também em uma quebra de paradigma. Da mesma forma como ocorreu com a popularização do backup, que antes ninguém levava a sério. Se hoje temos o hábito saudável de fazer cópias de segurança de nossos arquivos, isso acontece porque muitas pessoas perderam dados e arquivos insubstituíveis por puro descuido. Agora, se as pessoas e empresas desejam um modelo de trabalho híbrido, que combine o remoto e o presencial, elas precisarão encarar a nuvem como algo essencial, como uma condição imprescindível para um plano de continuidade de um negócio no pós pandemia.

Cyrano Rizzo é CTO da Binario Cloud

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Artigos

Irrigação: a resposta para Mato Grosso

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Autor: Hugo Garcia* – 

Nos períodos de seca, quando as temperaturas elevadas comprometem o solo e as poucas chuvas isoladas reduzem a umidade, colocando em risco a produção agrícola, é cada vez mais urgentes soluções estruturais para que o estado continue sendo referência no agronegócio e, ao mesmo tempo, garanta a segurança alimentar e o sustento de milhares de famílias. Nesse contexto, a irrigação se consolida como a principal aliada do produtor rural.

Áreas irrigadas representam a diferença entre perder uma safra inteira ou assegurar colheitas regulares, mesmo em períodos de estiagem ou chuvas irregulares e espaçadas. Com a irrigação, o agricultor consegue manter a produtividade e a qualidade das lavouras, reduzindo os impactos da falta de chuva e garantindo previsibilidade para planejar sua atividade. Essa segurança produtiva não só protege os investimentos feitos no campo, como também fortalece toda a cadeia de abastecimento, do pequeno comércio às indústrias de transformação.

Outro ponto essencial é que a irrigação abre espaço para a diversificação das culturas. Em propriedades irrigadas, é possível produzir hortaliças, frutas e sementes especiais durante todo o ano, agregando valor e ampliando as oportunidades de renda. Para a agricultura familiar, esse benefício é ainda mais significativo: com sistemas adequados de irrigação, pequenos agricultores deixam de depender exclusivamente do regime de chuvas e passam a ter mais estabilidade, ampliando a oferta de alimentos frescos e de qualidade para a população.

A criação da Política Estadual de Agricultura Irrigada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso – uma lei de minha autoria enquanto deputado estadual em exercício – foi um passo fundamental para consolidar a irrigação como política de Estado. A lei estabelece diretrizes claras para ampliar áreas irrigadas, promover o uso racional da água e estimular a modernização dos sistemas produtivos. A Aprofir participou ativamente desse debate e segue acompanhando sua implementação, pois acreditamos que somente com arcabouço legal sólido e políticas públicas permanentes será possível expandir os benefícios da irrigação a todos os produtores.

No entanto, para que a lei se traduza em resultados concretos, é preciso enfrentar entraves históricos que ainda limitam a expansão da irrigação. Entre eles, destacam-se o alto custo e a falta de estrutura de redes de energia elétrica, impactando diretamente a operação de bombas e sistemas, e a burocracia relacionada à outorga de uso da água, que se mostra morosa e complexa, especialmente para o pequeno produtor que não dispõe de assistência técnica especializada. São barreiras que acabam excluindo justamente quem mais precisa da irrigação para se manter no campo.

Na Aprofir, temos trabalhado de forma permanente para enfrentar esses gargalos. Nosso objetivo é propor soluções junto ao poder público e parceiros institucionais, buscando alternativas que garantam tarifas de energia mais compatíveis com a realidade do setor e processos de outorga simplificados e acessíveis. Também defendemos a ampliação de linhas de crédito e programas de capacitação para que agricultores familiares tenham condições reais de adotar a irrigação como instrumento de fortalecimento econômico e social.

Garantir a expansão das áreas irrigadas em Mato Grosso não é apenas uma questão técnica, mas uma necessidade estratégica. É investir em resiliência diante das mudanças climáticas, em segurança alimentar para a sociedade e em oportunidades de crescimento para os pequenos agricultores. A irrigação, portanto, não deve ser vista apenas como um recurso tecnológico, mas como uma política de inclusão e de desenvolvimento, capaz de transformar a realidade do campo e oferecer um futuro mais seguro para todos.

*Hugo Garcia é presidente da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Colheitas Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir)

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