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Julio Campos Neto: A Babá

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                                            A Babá

Por Julio Campos Neto  

Após uma manifestação histórica por todas as capitais do Brasil, uma imagem correu os celulares através do aplicativo Whastapp e pelas páginas do Facebook, aonde uma família carioca com dois filhos e uma babá foram manifestar por mudanças e melhorais no País.

julio campos neto - artigoEsta imagem é capaz de resumir a filosofia de dois partidos antagônicos que disputam o poder executivo no Brasil, na medida em que, para os petistas esta imagem representa toda a opressão, exploração e falta de sensibilidade social da maioria dos manifestantes que fizeram parte das manifestações do dia 13.

Já para os liberais, que se agruparam em torno do PSDB, a foto nada mais é do que uma relação de trabalho, aonde uma pessoa de bens, com alto poder aquisitivo, pode e tem o direito de remunerar de forma digna uma pessoa para cuidar de seus filhos e do seu lar.

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A questão envolvendo a simbologia da foto é algo profundo e de merecida reflexão. Quais são as mudanças que estamos querendo para o País? Fim da corrupção? Lula Preso? Impeachment de Dilma? Ou uma sociedade mais justa e humana?

Se sua resposta para as perguntas acima foi uma sociedade mais justa e humana você deve lutar para aquela imagem que correu e esta sendo muito discutidas nas redes sociais seja cada vez mais algo do passado deste País.

Se nós brasileiros desejamos ver o nosso País se transformando em um local desenvolvido, com menos impostos, melhorias na saúde pública, educação, segurança e principalmente uma justiça igualitária para todos, muito deve se mudar dentro de cada um de nós.

Uma justiça igualitária deve dar ao Ex- Presidente Lula, o direito constitucional de se defender na justiça. Muitos que o atacam e o julgam nas redes sociais e nas passeatas, nunca leram o inquérito ou o processo denominado Lava Jato. Fazem as suas sentenças baseadas em reportagens televisivas, em opiniões de intelectuais de mesa de bar, e não respeitam os direitos constitucionais do Brasil.

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Sobre a perda de mandato ou Impeachment da Presidenta Dilma, ha provas robustas que sua eleição foi financiada por propinas e desvios de dinheiro público, agora cabe a justiça julgar e condenar. Não um congresso comandado por beneficiado também dos desvios da Petrobrás.

Uma sociedade mais justa e humana, a constituição é respeitada e a sociedade deve evoluir ao ponto de jamais admitir que “ama de leite” seja algo comum desde que seu salário seja pago em conjunto com seus direitos “trabalhistas”.

Uma sociedade mais justa significa justiça social ocorrendo em todos os sentidos, principalmente aonde um cidadão seja evoluído mentalmente para gerar oportunidade a si própria e não aceitar que carregar filhos de pais preguiçosos seja sua profissão.

Julio Campos Neto é Administrador de Empresas, Pós Graduado em Gestão de Negócios, MBA em Gestão de projetos e suplente de Deputado Estadual pelo DEM-MT.

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Do medo reprimido à fuga química, o homem que aprendeu a não temer vive refém da própria coragem

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Autor: Nailton Reis*

Neste artigo propõe um caminho para compreender o que a psicologia chama de “fuga da realidade”. Essa expressão, muitas vezes usada de forma genérica, descreve o movimento em que o sujeito, incapaz de lidar com o próprio mundo interno, seus sentimentos, medos e frustrações, passa a recorrer a comportamentos ou substâncias que o afastam de si mesmo.

Aqui, vamos construir um percurso lógico para entender como essa fuga pode acontecer na vivência masculina, especialmente em contextos de masculinidade tóxica e repressão sexual. Este artigo busca elucidar tais questões para complementar a série de textos disponíveis em @iMentesPlurais, trazendo de maneira clara, acessível e didática as discussões que envolvem a dependência química e seus desdobramentos emocionais.

É importante deixar claro que a dependência química não nasce apenas desse modo, e nem toda pessoa dependente passa pelo mesmo caminho. Mas essa é uma das possibilidades de compreensão: quando o uso de substâncias se torna uma forma de sustentar o papel de “homem de verdade”, aquele que não sente, não chora, não fraqueja.

Esse será, portanto, um olhar sobre o meio masculino como espaço de adoecimento e performance. Vamos examinar como a repressão dos sentimentos primários, a inibição emocional e a busca por aceitação social formam o terreno do uso abusivo, quando o sujeito passa a usar a substância para performar um personagem e não para se expressar.

Desde cedo, o homem é ensinado a não sentir. A ideia de “ser homem” vem carregada de mandamentos invisíveis: não chorar, não demonstrar medo, não hesitar, não fraquejar. E há um mandamento que é o mais perigoso de todos: “homem não pode ter medo”. Esse comando parece pequeno, mas ele vai moldando toda a forma de se relacionar com o afeto e com o risco.

  1. – Se eu não posso ter medo, então eu não posso dizer que estou com medo.
  2. – Se eu não posso dizer, eu não posso pedir ajuda.
  3. – Se eu não posso pedir ajuda, eu vou ter que parecer corajoso o tempo todo, mesmo quando estou apavorado.

Na adolescência, esse falso “não tenho medo” se mistura com o grupo e vira espetáculo. O menino que aprendeu a não demonstrar medo em casa, para não ser chamado de frouxo, agora entra num grupo que pede que ele prove o tempo todo que realmente não tem medo. É aí que aparece aquela cena que muita gente pergunta:

Mas por que ele não tem medo da polícia? Por que ele encara a morte, o racha, a briga de rua, como se fosse nada?

Muitas vezes não é que ele não tenha medo, é que ele foi treinado a inibir o medo. O sentimento existe, mas está soterrado. O que aparece é a performance de coragem. E a substância, o álcool principalmente, ajuda a sustentar essa atuação.

Essa é a educação emocional negativa que molda o menino. Ele aprende não o que fazer, mas o que evitar. A mensagem é clara: emoção é fraqueza, medo é coisa de quem não é homem. O resultado é um sujeito que cresce sem vocabulário emocional, sem autorização para expressar o que sente e, por isso, sem saber o que fazer com a própria dor.

Essa repressão dos sentimentos primários, medo, tristeza, afeto, necessidade de cuidado, cria uma espécie de silêncio interno. O menino que engole o choro cresce inibido, retraído, tímido. Não porque nasceu assim, mas porque aprendeu a conter. E essa contenção emocional, ao longo do tempo, não some, ela se acumula. Quando chega a adolescência, ele se depara com o grupo de pares, onde o valor não é a sensibilidade, e sim a ousadia.

No grupo, o que define o “homem” é o quanto ele aguenta, o quanto ele conquista, o quanto ele se impõe. Quem é tímido, quem hesita, quem se mostra vulnerável é ridicularizado. Surge então a fórmula do pertencimento: “se eu não posso ser, eu preciso parecer“. E para parecer, ele recorre àquilo que o ajuda a vestir a roupa da coragem: a substância.

O álcool, especialmente, aparece como o primeiro facilitador. Ele desinibe, solta a voz, reduz a vergonha, mascara a insegurança. Na prática, ele empresta coragem. É ali que a dependência simbólica começa, antes mesmo da química. O sujeito percebe que, sob o efeito da substância, ele é mais engraçado, mais confiante, mais sedutor. Ele descobre uma nova forma de existir, e essa forma vem com o rótulo de “homem de verdade”.

Mas há um preço alto nisso. Quando o homem passa a depender da substância para performar, ele cria uma segunda identidade, uma versão socialmente aceita, mas emocionalmente vazia. Ele bebe para ser. E quanto mais bebe, menos ele é. O “homem de verdade” que ele mostra para o mundo vai, pouco a pouco, substituindo o sujeito que sente, que erra, que precisa de ajuda.

A comunidade masculina, a dos amigos, das festas, das comparações, reforça esse papel. Cada dose é uma prova de masculinidade, cada transa, uma medalha. O problema é que, sem perceber, ele passa a usar não pela substância em si, mas pela validação que ela proporciona. A droga vira um espelho distorcido onde ele se reconhece. E é nesse espelho que o homem perde o próprio reflexo.

Com o tempo, o corpo se adapta e cobra. O prazer químico se impõe sobre o prazer humano, e a dopamina, aquele neurotransmissor que antes sinalizava conquista, afeto, motivação, passa a responder apenas à substância. O corpo reage, mas o sentimento não acompanha. Ele tenta manter o desempenho, o mesmo humor, o mesmo vigor, mas o que antes era natural agora depende de algo externo. É assim que a performance vira prisão. O sujeito não bebe mais para curtir, mas para não desmoronar. Não usa mais para se divertir, mas para continuar sendo o homem que inventaram para ele.

A psicologia compreende essa dinâmica como um tipo de fuga da realidade afetiva. Ao invés de entrar em contato com o que dói, solidão, medo, rejeição, impotência, o homem anestesia. Ele substitui o sentir pelo fazer, o vínculo pelo desempenho, o afeto pelo uso. E assim, o que parecia força revela-se fragilidade disfarçada.

O homem que precisa se drogar para ser homem está sendo homem para os outros, e não para si.

Reconhecer isso é o primeiro passo. O tratamento psicológico não retira a masculinidade, ele a reconstrói. Ensina o sujeito a se reconhecer sem precisar se esconder, a sentir sem medo de parecer fraco, a falar sem precisar se embriagar. O que antes era fuga, vira reencontro. E é nesse ponto que o homem, pela primeira vez, pôde existir sem performance, sem disfarce, com verdade.

*Nailton Reis é Neuropsicólogo Clínico com especialização em Neuropsicologia Cognitiva Comportamental, Avaliação Psicológica e Psicologia do Trânsito em Cuiabá-MT – CRP 18/7767

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