APROPRIAÇÃO INDÉBITA
Medeiros acusa Pátio de ter se utilizado de subterfúgios administrativos para segurar o dinheiro federal que teria como destino a Santa Casa

O Código Penal conceitua apropriação indébita é um crime que ocorre quando alguém se apropria de bens ou recursos que não lhe pertencem, agindo de forma contrária à confiança depositada sobre ele. (art. 168, caput).
A característica principal desse crime é o abuso de confiança. Pois ao contrário do furto, o agente TEM a posse LÍCITA da coisa, ou seja, recebeu-a legitimamente. Assim, o sujeito tendo a posse ou a detenção da coisa alheia móvel, a ele confiada pelo ofendido, em determinado instante passa a comportar-se como se fosse dono, ou se negando a devolver.
Cuidado! Este crime prevê pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa. Esse crime ocorre quando alguém tem posse legítima de um bem, mas, em vez de devolvê-lo ao verdadeiro dono, utiliza-o para fins pessoais ou se apropria do seu valor.
Para configurar, é necessário que o agente tenha recebido os bens ou recursos de forma legítima, ou seja, com a autorização do verdadeiro proprietário. A partir do momento em que esse agente se apropria dos bens ou recursos de maneira contrária à vontade do proprietário, ocorre o crime.
Medeiros detona Pátio sobre repasse de recursos para Santa Casa: ‘apropriação indébita’
O deputado federal, José Medeiros (PL), que destinou mais de R$ 50 milhões para o Hospital Santa Casa de Rondonópolis nos últimos anos, dedicando boa parte de suas emendas parlamentares ao hospital responsável pelo atendimento de 20 cidades da Região Sul, disse que o prefeito José Carlos do Pátio (PSB) realiza ‘apropriação indébita’ ao não repassar o dinheiro enviado pela União para a unidade de saúde filantrópica.
O parlamentar federal criticou duramente o prefeito Zé Carlos do Pátio ao detalhar o que seria o imbróglio envolvendo o débito milionário reiteradamente cobrado pela direção da Santa Casa, que inicialmente foi negado pela gestão municipal, mas acabou admitindo a dívida na semana passada durante reunião com vereadores e a direção do hospital.
Durante entrevista à Rádio CBN Cuiabá, o deputado federal José Medeiros, acusou o Prefeito da Cidade de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio de ter se utilizado de subterfúgios administrativos para segurar o dinheiro federal que teria como destino a Santa Casa.
“Lamento muito. Ele negou a dívida, mas reconheceu agora e disse que não tem dinheiro para pagar. Isso é apropriação indébita“, criticou o deputado federal.
A administração municipal prometeu repassar R$ 6,2 milhões, o que é muito menos do que a filantrópica efetivamente tem a receber, ressaltou o deputado federal José Medeiros.
“Durante o período da Covid, o Governo Federal fez o seguinte com todos os hospitais filantrópicos: olha, a capacidade de leitos que vocês têm passa pra mim. Com isso, o Governo Federal mandou o dinheiro, mas o prefeito falou que não contratou o serviço e não pagou. Ficou com o dinheiro. Agora, o serviço tinha sido prestado. É uma pena que o prefeito trate essas coisas pelo viés político“, criticou.
O deputado tranquilizou a população garantindo que a Santa Casa não vai fechar e anunciou mais um pacote de investimentos para sanear o fluxo de caixa do hospital.
“A Santa Casa não vai fechar, quero garantir isso. A Santa Casa não traz um voto, mas se fechar prejudica 20 municípios e milhares de pessoas. Eu não posso deixar isso acontecer. Na outra vez, eu disponibilizei R$ 53 milhões, dessa vez eu estou separando minha emenda de bancada e vou passar R$ 30 milhões para salvar a Santa Casa mais uma vez“, anunciou.

Política
Prefeitura de Cuiabá contesta decisão do TCE/MT

“O rombo de dívidas chega à casa de R$ 1,2 bilhão. Notadamente, são dividias com fornecedores e também pelo não recolhimento de tributos como o INSS e FGTS. Isso é muito sério, muito grave. Eu vinha dizendo, alertando, Emanuel Pinheiro está devendo por volta de R$ 800 milhões e, quando foi na última semana, na Audiência Pública do segundo quadrimestre, o secretário de Planejamento apresentou os números“.
Esta foi a denuncia do parlamentar municipal Dilemário do Valle Alencar, do Podemos, afirmando também que o secretário municipal de Planejamento da Prefeitura de Cuiabá, Éder Galiciani, reconheceu a dívida de R$ 1,2 bilhão nas contas da prefeitura, que é relativo a pendências com fornecedores e falta de pagamento do INSS e FGTS de servidores. Dilemário lembrou que inicialmente havia chegado ao número de R$ 800 milhões, mas o percentual foi corrigido por Éder Galiciani em Audiência Pública na Câmara sobre a prestação de contas do segundo quadrimestre de 2023.
Contas reprovadas
Com essa situação em crise da Prefeitura de Cuiabá, o Conselheiro Antonio Joaquim, do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE/MT), acabou reprovando a prestação de contas de 2022 da Prefeitura Municipal de Cuiabá, motivadas pelas dívidas de R$ 1,25 bilhão de reais.
Em seu parecer, o Conselheiro Antonio Joaquim, disse que Emanuel Pinheiro (MDB) não cumpriu o limite de 95% estabelecido na Constituição da República entre as despesas e receitas, não melhorou a arrecadação e fez excessivos pedidos de empréstimo, deixando claro que a “administração pública, além de não adotar medidas de contenção do deficit, agiu com ineficiência ao aumentá-las“.
“Voto pela emissão de parecer prévio contrário à aprovação das Contas Anuais de Governo da Prefeitura Municipal de Cuiabá, exercício de 2022, de responsabilidade do gestor já citado, ressaltando que expedi recomendação ao Poder Legislativo de Cuiabá para que, durante deliberação das presentes contas, determine ao chefe do Poder Executivo Municipal a adoção de medidas corretivas que estão descritas no voto integral e demonstradas a seguir“.
Antonio Joaquim, também em seu parecer, negou que a diminuição de repasses do ICMS tenham contribuído com o déficit orçamentário, anulando possíveis justificativas da prefeitura a partir do tributo.
“Outrossim, destaco que as mudanças realizadas pelo Governo Federal no final de 2022 na tributação do ICMS não impactaram no déficit orçamentário, pois os dados constantes no sistema Aplic revelam que no exercício de 2022 houve excesso de arrecadação a título de COTA-PARTE DO ICMS de R$ 137 milhões“.
Outro lado
A dívida de R$ 1,25 bilhão segundo a nota apresentada pela Prefeitura Municipal de Cuiabá, foi atribuída pelos gastos emergenciais durante a Pandemia da Covid-19 entre 2020/2022, e que os custos do município subiu 49,94% durante o período, e os repasses do Sistema Único de Saúde (SUS), que são repassados pelos Governos Federal e Estadual aumentaram somente 19,68%, e por ser a única cidade na Baixada Cuiabana a oferecer atendimentos de alta complexidade gratuitamente, acabou acumulando um déficit de R$ 191 milhões na Secretaria da Saúde. Durante a pandemia, foi liberada a compra em caráter emergencial de insumos e aparelhos de atendimento médico sem a necessidade de licitação.
E por ser a única cidade na Baixada Cuiabana a oferecer atendimentos de alta complexidade gratuitamente, acabou acumulando um déficit de R$ 191 milhões na Secretaria da Saúde. Durante a pandemia, foi liberada a compra em caráter emergencial de insumos e aparelhos de atendimento médico sem a necessidade de licitação, e os números divulgados pela gestão Emanuel Pinheiro (MDB) são superiores aos do TCE. Ainda em seu entendimento, o Conselheiro Antonio Joaquim, diz que a Saúde teria deixado de pagar R$ 168 milhões em 2022.
Nota da Prefeitura Municipal de Cuiabá
“Quanto à apreciação das contas da gestão municipal referente ao exercício de 2022, a Prefeitura de Cuiabá:
– Reforça o compromisso, integridade e responsabilidade na gestão dos recursos públicos;
– Considera como premente a exposição feita pelo conselheiro Valter Albano ao solicitar pedido de vistas do processo durante a tarde desta terça-feira (28) que sugeriu que as particularidades para apreciação das contas de cidades onde a gestão seja plena, ou de municípios onde a descentralização da gestão seja acima de 60%, sejam apreciadas de forma diferenciada, como se fossem as contas de governador;
– Durante o pedido, o conselheiro ponderou a complexidade histórica, que é bem mais exigente do que qualquer outra cidade no que tange à Saúde Pública, já que a capital mato-grossense recebe praticamente o estado inteiro, além de ter procedido algumas descentralizações, como no caso da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) e das deliberações por parte do governo federal, e que impactam a receita compartilhada dos Municípios;
– Reforça que a capital mato-grossense ainda sente os impactos da situação atípica, emergencial e brutal gerada pela Pandemia de COVID-19, que acarretaram no exponencial aumento das despesas com Saúde Pública de 49,94% em relação ao gasto em 2019, período não atingido pela pandemia, sendo que os repasses do SUS, Estado e União, cresceram somente 19,68%, representando um considerável déficit em desfavor do Município;
– Mais uma vez, esclarece que a única alternativa do Município foi a de custear a diferença, para dar o suporte necessário à população e salvar vidas;
– Cuiabá, por absorver a alta complexidade e alto custo da COVID-19, e ser praticamente o único município a ofertar estes serviços, responde agora ao ônus da geração de déficit orçamentário e financeiro da ordem de R$ 191 milhões, que ainda são referentes ao ano de 2022 e reflexo do período pandêmico;
– Mediante estudos e alertas feitos pela Associação Mato-grossense dos Municípios de que haveria uma frustação significativa da arrecadação do ICMS e consequentemente na cota parte municipal, que de fato se iniciou a partir de setembro/2022, foi instituído o Comitê de Eficiência dos Gastos Públicos;
– E, por meio de estudos realizados pelo Comitê, foi quando a gestão tomou conhecimento de que a Secretaria Municipal de Saúde e Empresa Cuiabana de Saúde Pública, represava dívidas de despesa realizadas, inclusive de exercícios anteriores e não empenhadas até o momento.
– Por fim, é crucial elencar a dedicação da administração em promover uma gestão eficiente, transparente, ética e orientada para o interesse público”.
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