FICAREM ATENTAS AO PRIMEIRO SINTOMA
Cuiabá monta força-tarefa para conter o avanço de casos de Covid-19

A Pandemia de Covid-19 foi assim classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no mês de março de 2020, três meses após a identificação do primeiro caso da doença na cidade de Wuhan, no sudeste da China. Desde então, a Covid-19, doença respiratória causada pelo vírus SARS-CoV-2, se fez presente em dezenas de países e contaminou mais de 655 milhões de pessoas, com o maior número de casos nos Estados Unidos. O país norte-americano registrou ainda 16% das vítimas fatais da doença, que causou a morte de 6,67 milhões de pessoas em escala global.
O primeiro caso de Covid-19 foi identificado no Brasil em fevereiro de 2020, e, quase três anos mais tarde, mais de 36 milhões de pessoas haviam sido infectadas, com 693 mil registros de óbito. A vacinação é hoje a principal forma de se prevenir contra a doença e de impedir o maior avanço do vírus, que provocou profundas transformações socioeconômicas em todo o mundo, notadamente nos territórios mais pobres.
Os Coronavírus (CoV) são uma ampla família de vírus que podem causar uma variedade de condições, do resfriado comum a doenças mais graves, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV).
O novo Coronavírus (nCoV) é uma nova cepa de Coronavírus que havia sido previamente identificada em humanos. Conhecido como 2019-nCoV ou COVID-19, ele só foi detectado após a notificação de um surto em Wuhan, China, em dezembro de 2019.
Nova variante de interesse
A maioria das infecções foi causada por uma nova cepa de Covid-19 chamada JN.1, que entrou na lista da agência de saúde da ONU como uma “Variante de Interesse”. A JN.1 foi supostamente detectada pela primeira vez nos Estados Unidos antes de se espalhar por dezenas de países.
Segundo a OMS, a notificação de casos de Covid-19 ao redor do mundo diminuiu, e os centros de vacinação foram desmontados, o que resultou em uma imagem incompleta. Assim, a agência da ONU acredita que haja mais casos do que os oficialmente relatados.
Cuiabá monta força-tarefa para conter o avanço de casos de Covid-19
A Prefeitura de Cuiabá, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), iniciou uma força-tarefa para conter o avanço de casos de Covid-19 no município. Entre as ações, está adoção de um plano de ação que inclui a disponibilização de 18 leitos de enfermaria de retaguarda a rede de atendimento das UPAs e policlínica, 10 leitos de UTI adulto.
Além disso, a Prefeitura de Cuiabá também formalizou a compra emergencial de 50 mil testes rápidos de Covid-19 para atender as unidades de Saúde. O material está previsto para chegar até quinta-feira (08) no Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos de Cuiabá (CDMIC).
Na sequência os testes serão distribuídos para as Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) e Hospital São Benedito. Com o quantitativo a SMS prevê atender a demanda até o mês de agosto.
A iniciativa em caráter preventivo visa conter o surgimento de novos casos, uma vez que o diagnóstico de Covid-19 permite que a pessoa tome medidas cautelares para não contaminar outros indivíduos a sua volta.
Em janeiro deste ano foi detectado picos de casos de Covid-19 no período do dia 15 ao dia 25, segundo o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS-CUIABÁ). Acredita-se que o pico pode estar relacionado com o período de festividades, férias e viagens que são programações típicas dessa época do ano.
Diante do cenário atual em Cuiabá, que é considerado brando, a Secretaria Municipal de Saúde antecipou a realização de testes em massa, através do dia D da testagem no município.
Para o secretário municipal de Saúde, Deiver Alessandro Teixeira, é imprescindível que as pessoas estejam atentas aos primeiros sintomas, bem como manter os cuidados básicos individuais para reduzir a transmissão de Covid-19.
“A a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por determinação do prefeito Emanuel Pinheiro, está trabalhando com toda celeridade possível para garantir o bem-estar de todos os cuiabanos, com a disponibilização de leitos e de testes para a população, apesar das dificuldades encontradas após o período de intervenção“, afirmou o secretário.
Entre eles, manter o esquema vacinal contra a Covid-19 atualizado, lembrando que as vacinas estão disponíveis para os grupos prioritários; utilizar máscaras nos serviços de saúde, ambientes fechados e espaços com aglomerações de pessoas; evitar contato próximo com pessoas que apresentem sinais e sintomas da doença, entre outros.
O Prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, que determinou a ação, diz estar preocupado, mas conta com o bom senso da população durante as festas de carnaval.
“Não é preciso obrigatoriedade por meio de decretos públicos, a conscientização é individual de maneira que cada um é responsável por cuidar da própria saúde e consequentemente dos demais a sua volta, seja familiar ou não”, pontuou o prefeito Emanuel Pinheiro.
Testes RT-PCR
Além dos testes rápidos, a SMS também fornecerá testes tipo RT-PCR, de eficácia maior, mas com prazo de apresentação de resultado em 72 horas. Na atual dinâmica de testagem com RT-PCR, o paciente deve procurar uma Unidade Básica de Saúde, onde passará por avaliação médica e, posteriormente, o médico agendará a testagem com RT-PCR, se entender que os sintomas são compatíveis com a doença.
Após a realização do teste, o paciente é orientado a ficar em casa, de quarentena, enquanto aguarda o resultado. O paciente recebe atestado médico e aguarda o resultado, que sai em até 72 horas.
Em caso de resultado positivo para casos leves, servidores da unidade de saúde entram em contato com o paciente, que passa a ser monitorado pela equipe.

Destaques
Desmatamento na Amazônia e Cerrado; 70% é ilegal

Dois terços do desmatamento registrado na Amazônia e no Cerrado entre agosto de 2023 e julho de 2024 foram ilegais. O dado consta no levantamento mais recente divulgado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) nesta quinta-feira (13). Levantamento cruza dados de bases federais e estaduais e aponta para a necessidade do fortalecimento de um único sistema de controle sobre autorizações de desmatamento.
O estudo considerou dados de monitoramento do PRODES, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e cruzou com informações sobre autorizações de desmate do Sinaflor e de bases estaduais.
Os resultados indicam para a necessidade de fortalecimento de um sistema único de autorizações de desmatamento, o que vai ao encontro da determinação recente do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, pela emissão das autorizações por meio do Sinaflor.
Ilegalidade
Na Amazônia, 90,8% do desmatamento registrado no período não foi autorizado. Já no Cerrado, a taxa varia para 51,1%. A somatória do desmate em ambos os biomas revela que 67,5% da supressão de vegetação nativa foi realizada de forma não autorizada.
Os dez municípios com mais autorizações de desmatamento estão na Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), região formada majoritariamente pelo Cerrado. São eles: Balsas (MA); São Desidério (BA); Ponte Alta do Tocantins (TO); Rio Sono (TO); Paranã (TO); Caxias (MA); Sebastião Leal (PI); São Félix de Balsas (MA); Pium (TO) e Loreto (MA).
Já os 10 municípios com mais registros de desmatamento sem autorizações são: Novo Aripuanã (AM); Altamira (PA); Itaituba (PA); Nova Maringá (MT); Lábrea (AM); Porto Velho (RO); Apuí (AM); Colniza (MT); Portel (PA) e Santa Maria das Barreiras (PA).
Segundo o coordenador do Núcleo de Inteligência Territorial do ICV, Vinícius Silgueiro, os números revelam um cenário de alta pressão sobre Amazônia, ainda que a taxa de desmatamento tenha sido 30% menor do que o período anterior. No Cerrado, os dados suscitam atenção em relação às autorizações de desmatamento.
“Esses resultados evidenciam o tamanho do desafio que é combater o desmatamento ilegal nos maiores e mais pressionados biomas brasileiros, Amazônia e Cerrado. Somados os dados de ambos os biomas, dos 10 municípios com mais desmatamento não autorizado, todos estão na Amazônia. Para além do importante aumento das ações de fiscalização e responsabilização, são necessários esforços e mecanismos que inviabilizem economicamente as áreas desmatadas ilegalmente, para acabar com a lógica que aparentemente vigora, de que o desmatamento ilegal compensa“, apontou.
“Por outro lado, dos 10 municípios com mais desmatamento autorizado, todos estão no Cerrado. E concentrados na região conhecida como Matopiba. Esse cenário requer especial atenção ao controle e condições das autorizações emitidas, visto a pressão que a região sofre com o avanço das áreas de produção agrícola, e considerando ainda a necessidade de redução do desmatamento de uma forma geral nos biomas brasileiros“, afirmou.
Sistema único
O levantamento verificou que somente em oito dos 16 estados compostos pela Amazônia e Cerrado há uso de sistemas de autorizações de desmatamento estaduais e do Sinaflor conjuntamente.
Os estados que utilizam os dois sistemas são: Amazonas; Pará; Mato Grosso; Bahia; Minas Gerais; Goiás; São Paulo e Rondônia. Já as unidades com autorizações em formato adequado lançadas somente no Sinaflor são: Acre; Piauí; Roraima; Tocantins; Mato Grosso do Sul; Paraná; Maranhão e Distrito Federal.
Para o coordenador do programa de Transparência e Justiça Climática do ICV, Marcondes Coelho, a incerteza sobre a completude das bases prejudica o controle social dos dados e a transparência pública.
“O desmatamento ilegal prospera na falta de transparência. Sem a garantia de acesso a todas as autorizações de desmate, a sociedade reduz sua capacidade de fiscalizar e cobrar medidas eficazes contra o desmatamento ilegal. Isso abre brechas para irregularidades e enfraquece a fiscalização ambiental“, disse.
“Por isso, a determinação do Ministro Flávio Dino sobre o uso obrigatório do Sinaflor para a emissão de autorizações de supressão de vegetação representa um avanço para a transparência pública e controle do desmatamento. Ao centralizar esses registros em um sistema único, a medida diminui a fragmentação dos dados entre diferentes órgãos estaduais e municipais, dificultando fraudes e aumentando a rastreabilidade das autorizações. Se bem implementada, essa decisão pode se tornar um marco no combate ao desmatamento ilegal no Brasil“, finalizou.
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