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Copa: Prejuízo de “elefantes brancos” já supera R$ 10 milhões

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O prejuízo de três "elefantes brancos" da Copa os estádios Mané Garrincha (Brasília), Arena da Amazônia (Manaus) e Arena Pantanal (Cuiabá) para os respectivos contribuintes já atingiu pelo menos R$ 10 milhões desde o fim do Mundial, de acordo com um levantamento feito pela BBC Brasil.

Os dados, de difícil acesso, são incompletos e portanto a conta é uma estimativa. Após três meses de contato com governos e administração dos arenas, a busca iniciada em dezembro não obteve um resultado exato para o balanço (custo de manutenção x arrecadação mensal) desses estádios desde o fim da Copa do Mundo.

A BBC Brasil procurou obter também informações sobre o quarto "elefante branco" do torneio, a Arena das Dunas, de Natal, sem sucesso.

Manaus, Natal, Cuiabá e Brasília não são cidades com tradição no futebol. Por isso, ao serem escolhidas como sedes da Copa do Mundo, despertaram críticas pelo alto investimento público em estádios que corriam risco de ficar sem uso.


Estádio              Custo de construção    Custo de Manutenção        Arrecadação             Prejuízo
Mané Garrincha          R$ 1,7 bi                   R$ 600 mil/mês          R$ 5,5 mi desde maio/2013       R$ 5,9 mi
Arena da Amazônia    R$ 669,5 mi              R$ 700 mil/mês          R$ 1,5 mi desde agosto/2014     R$ 2,7 mi

Arena Pantanal           R$ 628 mi                 R$ 300 mil/mês        R$ 380 mil desde julho/2014       R$ 1,4 mi
Arena das Dunas        R$ 423 mi                  Não informou             Não informou

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Arena Pantanal (Cuiabá)

Atualmente, o governo do Mato Grosso gasta R$ 300 mil por mês em manutenção com a Arena Pantanal, inaugurada em abril de 2014.

A Arena Pantanal recebeu 15 jogos de futebol em 2014 após a Copa, somando os das séries A, B, C e D. O lucro, no entanto, foi pequeno, já que a arena cobrou apenas R$ 50 mil de aluguel para os jogos da primeira e da segunda divisão e não cobrou pelos outros para "incentivar o futebol local".

Para piorar, o fluxo de receitas para cobrir os custos foi interrompido no fim de janeiro depois que a arena de 42 mil lugares foi interditada por conta de "irregularidades". A empresa Mendes Júnior, responsável pela construção, voltou ao local e está fazendo reparos.

Arena-Pantanal.Segundo a atual administração de Pedro Taques (PDT), a Arena Pantanal é "o menor dos problemas deixados pelo governo anterior". As outras obras prometidas para a Copa do Mundo incluindo o VLT (Veiculo Leve sobre Trilhos), que foi licitada por R$ 1,4 bilhão e ainda está atrasada não foram entregues e preocupam a atual gestão.

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Em contato com a reportagem, o governo do Mato Grosso afirmou que está realizando uma auditoria tanto no estádio quanto nas outras obras da Copa do Mundo para investigar eventuais superfaturamentos.

Pelos cálculos da BBC Brasil, somente a arena já gerou um prejuízo estimado de R$ 1,4 milhão.

 

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Delegado de Peixoto de Azevedo preso por liderar organização criminosa recebia propina de Silval Barbosa

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A Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Estado de Mato Grosso deflagrou na manhã desta quarta-feira por ordem judicial, a Operação Diaphthora, onde foram presos o delegado de Polícia da cidade de Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá, Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues, e o investigador Marcos Paulo Angeli, advogados e garimpeiros em um esquema de corrupção passiva, associação criminosa, advocacia administrativa e assessoramento de segurança privada. Ao todo, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva, sete de busca e apreensão e três medidas cautelares.

Segundo a Polícia Civil, as investigações começaram depois de denúncias que apontavam o envolvimento dos servidores e garimpeiros e que caracterizavam uma associação criminosa no município.

De acordo com a polícia, todos os esquemas levam à conclusão de que existia um “gabinete do crime”.

Entre os crimes praticados pela associação criminosa, estão o pagamento de vantagens indevidas para liberação de bens apreendidos, exigência de pagamento de “diárias” para hospedagem de presos no alojamento da delegacia e pagamentos mensais sob a condição de decidir sobre procedimentos criminais em trâmite na unidade policial.

O nome da Operação Diaphthora faz referência ao termo grego de corrupção, cujo significado está atrelado à ideia de um organismo vivo que entra no corpo humano causando destruição dos órgãos. Segundo a Polícia Civil, são as consequências da corrupção quando praticada por servidores públicos e seus efeitos desastrosos no órgão público, ferindo a integridade pública.

A juíza Paula Thatiana Pinheiro, da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo, aponta trecho do documento e faz remissão aos inquéritos e à representação do Ministério Publico Estadual (MPE), para descrever a conduta criminosa dos investigados.

O delegado Geordan transformou a delegacia em verdadeiro escritório do crime“.

Entre os crimes supostamente praticados pelo delegado Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues e Marcos Paulo, foram elencadas suposta exigência de R$ 15 mil de uma vítima de golpe para reaver um veículo, cobrança de fiança de R$ 10 mil de um custodiado, quando o valor seria de apenas R$ 1 mil, ficando o delegado e seu comparsa com o restante de R$ 9 mil.

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O delegado Geordan também recebia mesada de R$ 2 mil mensais da Cooperativa de Garimpeiros COOGAVEPE, mas estava descontente porque a empresa repassaria um valor superior a uma entidade assistencial. Geordan também estava apreensivo com a Operação Hermes deflagrada pela PF e IBAMA e que poderia prejudicar o lucro da cooperativa e interromper o repasse a ele.

Antonio Jorge Silva Oliveira foi preso durante a Operação Hermes II. Para mantê-lo em um ambiente privilegiado, o delegado Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues teria cobrado “uma diária de R$ 10 mil, segundo consta na decisão judicial que ordenou sua preventiva.

Segurança privada

Ainda de acordo com a decisão judicial, o delegado Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues teria usado viatura caracterizada para prestar serviço de segurança para garimpeiros.

Relatório Técnico foi elaborado e confirmou o deslocamento de uma viatura no dia 10 de outubro de 2023 até a região do distrito de União do Norte, local no qual a mineradora Fides Minings Gold exerce suas atividades, diz trecho documento.

O delegado Geordan também é apontado como verdadeiro dono e administrador da empresa GF Consultoria e Segurança Ltda, sendo Bruno Oliveira Ornelas, morador em Brasília, apenas um laranja.

Relação suspeita com Silval Barbosa

Conforme a magistrada, Paula Thatiana Pinheiro, da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo, acrescentou ainda no documento, que a investigação aponta uma relação suspeita entre o delegado Geordan e o ex-governador Silval Barbosa.

No mais, a representação também faz menção a um relatório técnico o qual subsidiou o pedido de medidas cautelares de interceptação telefônica ambiental. Nela constatou-se a existência do inquérito policial, cujo envolvido é o ex-governador do Estado de Mato Grosso, Silval da Cunha Barbosa“.

A decisão da juíza Paula Thatiana Pinheiro conclui destacando que houve um desentendimento entre o delegado Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues e a presidente do CONSEG porque ele pretendia a liberação de R$ 17 mil para compra de uma palmeira para a delegacia.

O núcleo de inteligência da casa correccional atestou que o sobrinho de Silval, Antônio da Cunha Barbosa Neto, esteve na delegacia de polícia portando uma mochila preta. Entretanto, ao deixar a unidade, já não a carregava consigo. Tempos depois, o representado Geordan chegou à delegacia dirigindo uma caminhonete Mitsubishi Triton savana amarela, que ainda estava em nome de Antônio da Cunha. Contudo, numa atitude completamente estranha, no dia 17/10/2022 houve a comunicação de venda e consequentemente a transferência de propriedade desse veículo para Letícia Cristina de Souza Araújo, esposa de Geordan, daí infere-se que o veículo foi transferido também como parte do pagamento de propina ao investigado“.

Além da prisão do delegado Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues e de Marcos Paulo Angeli, a magistrada determinou medidas cautelares contra outros investigados, entre elas busca e apreensão e proibição de se ausentar do município.

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A Corregedoria-Geral ressalta o apoio recebido da Diretoria Geral da Polícia Civil, da Diretoria de Atividades Especiais, por meio da Delegacia Fazendária, Gerência de Combate ao Crime Organizado e Gerência de Operações Especiais; Diretoria do Interior, Diretoria de Inteligência,  Poder Judiciário e Ministério Público da Comarca de Peixoto de Azevedo.

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