ARTIGO
US$ 500 bilhões: o futuro em Inteligência Artificial

Autor: Oscar Soares Martins* –
Os Estados Unidos anunciaram um investimento impressionante de US$ 500 bilhões para a construção de data centers, com o objetivo de alavancar o desenvolvimento e a aplicação da Inteligência Artificial (IA). Esse montante reflete a importância estratégica da IA na atualidade, que já é considerada o motor da próxima grande revolução tecnológica. Governos e empresas ao redor do mundo estão percebendo que investir em IA deixou de ser uma escolha e passou a ser uma necessidade. Não acompanhar esse movimento pode significar isolamento econômico, perda de competitividade e estagnação tecnológica.
Estamos testemunhando uma transformação que atinge todos os setores. A IA promete revolucionar áreas como saúde, educação, segurança, logística, finanças e até mesmo as políticas públicas. Governos que não priorizarem a criação de infraestrutura e políticas para fomentar a IA podem ficar irremediavelmente atrasados, gerando impactos negativos em suas economias e em sua capacidade de inovar. Essa revolução não é apenas tecnológica, mas também cultural, econômica e social.
A comparação com o surgimento da internet em 1986 ilustra bem a urgência da situação. Naquela época, os países que não investiram rapidamente em conectividade ficaram anos atrás na corrida digital. Hoje, o impacto da IA será ainda mais transformador. Enquanto a internet conectou o mundo e democratizou o acesso à informação, a IA promete automatizar processos, ampliar a capacidade de análise de dados e criar soluções inéditas para problemas antigos. O mundo não está apenas acompanhando a IA; ele está correndo em direção a ela.
Porém, essa corrida é desigual. Nações mais desenvolvidas, como os Estados Unidos, têm liderado os investimentos, concentrando recursos para garantir sua posição de destaque no cenário global. Países em desenvolvimento, como o Brasil, enfrentam uma série de desafios que dificultam sua integração nesse novo contexto.
O Brasil ainda precisa superar barreiras estruturais e estratégicas para se posicionar de forma competitiva na revolução da IA. A falta de investimentos substanciais em infraestrutura, como data centers modernos, é um dos maiores entraves. Sem eles, a capacidade de armazenar e processar os grandes volumes de dados necessários para aplicações de IA fica comprometida.
Outro ponto crítico é a formação de profissionais qualificados. Apesar de termos excelentes universidades e institutos de pesquisa, muitos talentos acabam migrando para o exterior em busca de melhores oportunidades. Isso enfraquece a capacidade do país de desenvolver soluções próprias e contribui para nossa dependência de tecnologias estrangeiras.
Além disso, a pesquisa em IA no Brasil enfrenta dificuldades devido à falta de financiamento contínuo e estratégico. A criação de startups inovadoras é limitada pela escassez de incentivos fiscais e linhas de crédito acessíveis. Sem um ambiente favorável ao empreendedorismo tecnológico, o Brasil corre o risco de se tornar apenas um consumidor de soluções externas, sem protagonismo no mercado global.
Se não houver mudanças significativas, o Brasil pode enfrentar graves consequências. Empresas brasileiras que não investirem em IA ficarão para trás de seus concorrentes internacionais, perdendo mercado e relevância. No setor público, a falta de tecnologias avançadas pode dificultar a modernização dos serviços e a solução de problemas crônicos, como a gestão ineficiente de recursos.
Além disso, a ausência de políticas públicas consistentes pode aprofundar as desigualdades regionais. Estados e municípios mais pobres terão ainda mais dificuldades para acompanhar o ritmo das regiões mais desenvolvidas, ampliando o abismo socioeconômico.
Para mudar esse cenário, o Brasil precisa de uma estratégia nacional clara e bem definida para a Inteligência Artificial, pois o momento é crítico, e as decisões tomadas agora definirão o papel do Brasil no cenário global nos próximos anos. Enquanto o mundo avança a passos largos, o Brasil não pode se dar ao luxo de ficar parado. O desafio é grande, mas as oportunidades são ainda maiores. Resta saber se estaremos preparados para aproveitá-las.
*Oscar Soares Martins, consultor em cybersegurança.

Artigos
Auxílio-Doença: Direitos de quem fica com sequelas da Chikungunya

Autora: Talissa Nunes* –
Mato Grosso enfrenta um surto de Chikungunya, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e muitas pessoas que contraíram o vírus estão lidando com sequelas incapacitantes. Além da febre e das dores intensas nas articulações durante a fase aguda, alguns pacientes desenvolvem sintomas crónicos que comprometem a capacidade de trabalhar, como dores persistentes, fadiga extrema e inflamações severas nas articulações.
Para aqueles que não conseguem retomar suas atividades laborais devido às sequelas, é fundamental conhecer seus direitos previdenciários, especialmente o Auxílio-Doença, benefício concedido pelo INSS em casos de incapacidade temporária para o trabalho.
O Auxílio-Doença (agora chamado de Benefício por Incapacidade Temporária) é um direito do segurado que fica temporariamente impossibilitado de exercer suas atividades profissionais por motivo de doença ou acidente. No caso da Chikungunya, muitos pacientes apresentam sintomas que se prolongam por meses, como:
– Artrite crónica, causando inchaço e dores severas nas articulações.
– Fraqueza muscular e fadiga extrema, dificultando a execução de tarefas diárias.
– Dor incapacitante, que impede movimentos simples como segurar objetos ou caminhar longas distâncias.
– Danos neurológicos, afetando a coordenação e o desempenho cognitivo.
Se esses sintomas impedirem o trabalhador de exercer sua profissão, ele pode ter direito ao benefício previdenciário, desde que comprove a incapacidade por meio de laudos médicos e exames.
Quem tem direito?
Para ter direito ao Auxílio-Doença, o trabalhador deve atender aos seguintes critérios:
– Estar contribuindo para o INSS no momento da incapacidade ou dentro do período de graça (tempo em que ainda mantém a qualidade de segurado mesmo sem contribuir).
– Comprovar, por meio de perícia médica, que a incapacidade o impede de trabalhar temporariamente.
– Ter cumprido a carência mínima de 12 meses de contribuição, salvo nos casos em que a doença se enquadra como grave (o que ainda não é o caso da Chikungunya).
Se a incapacidade se tornar permanente, o segurado pode solicitar a aposentadoria por invalidez (Benefício por Incapacidade Permanente), desde que a perícia do INSS constate que não há possibilidade de retorno ao trabalho.
Como solicitar o Auxílio-Doença?
O pedido de Auxílio-Doença deve ser feito pelo portal Meu INSS ou pelo telefone 135. Após a solicitação, o segurado será chamado para uma perícia médica, na qual deverá apresentar:
– Laudos médicos e exames que comprovem a gravidade das sequelas.
– Receitas de medicamentos e relatórios médicos atualizados.
– Comprovantes de tratamentos realizados.
– Documentos pessoais e carteira de trabalho ou carnês de contribuição.
O ideal é que o segurado já chegue à perícia com um relatório detalhado do médico assistente, explicando como as sequelas impactam sua rotina e capacidade de trabalho.
E se o INSS negar o pedido?
Infelizmente, muitos segurados têm seus pedidos de Auxílio-Doença negados pelo INSS, mesmo com exames e laudos médicos que comprovam a incapacidade. Nesse caso, é possível:
1) Recorrer administrativamente dentro do próprio INSS.
2) Entrar com uma ação judicial, onde o caso será avaliado por um perito indicado pelo juiz.
O acompanhamento de um advogado especialista em direito previdenciário pode fazer toda a diferença para garantir que os direitos do segurado sejam respeitados e que ele receba o benefício a que tem direito.
A Chikungunya pode deixar sequelas severas, comprometendo a mobilidade e a capacidade de trabalho de muitos pacientes. Para aqueles que enfrentam dificuldades em retomar suas atividades laborais, o Auxílio-Doença pode ser um direito garantido pelo INSS.
Se você ou alguém que conhece está nessa situação, procure orientação profissional para não deixar de exercer seus direitos previdenciários. A saúde deve sempre vir em primeiro lugar, e a assistência previdenciária existe para garantir dignidade ao trabalhador incapacitado.
*Talissa Nunes é advogada especializada em Direito Previdenciário em Cuiabá (MT)
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