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O PANTANAL ESTÁ NO “CORREDOR DA MORTE”

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Autor: JUACY DA SILVA*

Há dois dias (14/11/2023) a ONU, através do Painel de Cientistas que monitoram as mudanças/crise climática, divulgou amplamente seu mais recente relatório sobre a realidade climática mundial e as consequências que o aumento da temperatura do planeta, incluindo a temperatura dos oceanos, o aumento dos desastres naturais, enfim, um cenário sombrio que está pairando sobre a humanidade. O Título da publicação/relatório é bem sugestivo “New Analisys of National Climate Plans:insuficient progress made, COP28 must set estage for Immediate Action”, traduzindo “Nova análise dos plantos climáticos nacionais: o progresso feito é insuficiente, a COP 28 precisaagir imediatamente”.

Esses planos nacionais (que na verdade não passam de boas intenções e discursos diplomáticos, apenas ficam no papel) não tem sido suficientes para limitar o aumento da temperatura do planeta em 1,5 graus centígrados até 2050, colocando em risco a sobrevivência da vida humana, animal e vegetal na terra.

Esta reflexão/artigo resulta de um diálogo mantido, através de uma mensagem, por mim, enviada por WhatsApp, em 16/11/2023 ao Deputado Estadual Wilson Santos (PSD/MT), mas que também poderia ser enviada a todos os governantes, em todos os âmbitos: federal, estadual e municipal e de todos os poderes e, também ao empresariado, a todas as pessoas e entidades não governamentais que tem lutado e vem lutando bravamente contra a degradação ambientais, principalmente contra a construção de seis barragens no Rio Cuiabá e também participando da luta, a meu ver quase inglória, para salvar o Pantanal (da mesma forma que é preciso salvar o Cerrado e a Amazônia), evitando, no caso do Pantanal, que este exuberante Bioma, Patrimônio ambiental do Brasil e também Patrimônio da Humanidade (Unesco) desapareça, como ocorreu com a Mata Atlântica.

Há poucos dias, em 12 de Novembro, deveríamos ter celebrado o DIA DO PANTANAL, todavia praticamente pouco ou nada tivemos a comemorar e, por ironia do destino, um novo grande incêndio volta a destruir este Bioma.

Os incêndios de 2020 e anos anteriores praticamente destruíram um terço ou pouco mais da área territorial do Pantanal, foram milhões de hectares destruídos pelo fogo.

Enquanto a biodiversidade vegetal consegue se recuperar ao longo de alguns anos, desde que os fatores que degradam o meio ambiente sejam interrompidos, as perdas/mortes de animais jamais consegue se recuperar, principalmente diversas espécies que estão em processo de extinção.

Muito triste o que está acontecendo, o Pantanal resiste, mas continua em perigo permanente, com esses incêndios e outros fatores que ja conhecemos, parece que o nosso exuberante Pantanal esta no “CORREDOR DA MORTE”, apenas aguardando a hora da execução ou de sua MORTE FINAL!

Estão matando a “galinha dos ovos de ouro”, a insensatez humana não tem limites e nem compromisso com a ECOLOGIA INTEGRAL e muito menos com as GERAÇÕES VINDOURAS.

Justiça Ambiental e Justiça Inter geracional, ao lado de JUSTIÇA SOCIAL, já há muito foram banidas da agenda de pessoas e grupos poderosos e ambiciosos, que vem nos seres humanos, trabalhadores e consumidores, e na natureza apenas “coisas” que podem ser transformados em produtos, LUCROS e mais ACÚMULO DE CAPITAL, RENDA, RIQUEZA, PROPRIEDADE E OPORTUNIDADES.

Resultado, um mundo ambientalmente degradado e insustentável; econômica e socialmente injusto, excludente; e, politicamente ineficiente, ineficaz e CORRUPTO!

A degradação e morte do Pantanal faz parte de um quadro mais amplo que é construido pelo consumismo desenfreado, pela poluição, pela degradação dos solos, da água e do ar; pela aceleração da produção de lixo/rejeitos sólidos; pelo aumento absurdo da emissão de gases de efeito estufa que geram o aquecimento global e provoca esta terrível crise climática, cujas ondas de calor já estamos sentindo em nosso país que está apenas iniciando mais um verão tórrido, enquanto países do hemisfério Norte estão sendo alertados para uma ONDA de frio congelante, que, conforme os prognósticos deverá ser um dos invernos mais rigorosos das últimas décadas.

Este é o cenário ou pano de fundo em que será realizada mais uma Conferência do Clima, a COP 28, a ter início no dia 30 deste mes de novembro e encerramento no dia 12 de Dezembro vindouro.

Se os países, principalmente os 10 maiores poluidores e destruidores do planeta, entre os quais o Brasil está incluído, não chegarem a um acordo quanto ao estabelecimento de prazos para que os combustíveis fósseis (Petróleo, gás natural e carvão) sejam as fontes preferidas de energia e decidirem apostar nas energias renováveis, principalmente a solar e a eólica, e cumprirem os compromissos pactuados no Acordo de Paris em 2015, os quais até agora ficaram apenas no papel, com certeza o nosso “AMARGEDOM” chegará muito antes do que os cientistas estavam prevendo.

Esta e a teia de relações sociais, culturais, econômicas, políticas e religiosas que estamos tecendo meu caro amigo e Deputado Wilson Santos.

Oxalá, no Juízo final DEUS se apiede dessa gente, enfim, da humanidade que não soube e nem está sabendo cuidar do “Jardim do Éden” ou da “Terra sem males”, como nos relatos bíblicos e nas tradições dos povos primitivos.

Não podemos sacrificar no altar da ambição e da ganância a nossa mãe terra, destruindo o planeta em nome de um “desenvolvimento” que não respeita a vida, todas as formas de vida, inclusive a vida humana.

*Juacy da Silva, professor titular e aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em sociologia, ambientalista, articulador da PEI Pastoral da Ecologia Integral.

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Não se submeta a corridas de rua sem passar pela avaliação médica

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Autor: Max Lima*

Antes de se aventurar em corridas de rua, é crucial submeter-se a uma avaliação médica abrangente para garantir que sua saúde esteja em condições ideais para esse tipo de atividade física.

A corrida é um excelente exercício cardiovascular, mas a segurança é primordial. Consultar um médico antes de iniciar ou intensificar seu treinamento é um passo essencial para evitar possíveis riscos à saúde.

Avaliação Cardiovascular:

A base de uma avaliação médica para corridas de rua deve incluir uma análise detalhada do sistema cardiovascular. Exames como o teste ergométrico, que monitora a resposta do coração ao esforço físico, são valiosos. Esses testes ajudam a identificar condições cardíacas subjacentes e a determinar os limites seguros de atividade física, adaptando o treinamento de acordo com a saúde cardiovascular individual.

Análise da Saúde Musculoesquelética:

Além da avaliação cardíaca, é essencial avaliar a saúde musculoesquelética. Exames como ressonância magnética e radiografias podem identificar lesões ou desgastes nas articulações, músculos e ossos. Uma análise biomecânica também pode ser útil para determinar se há padrões de movimento inadequados que possam levar a lesões durante a corrida.

Exames Laboratoriais e Nutrição:

Exames de sangue abrangentes são cruciais para avaliar os níveis de glicose, lipídios e outros indicadores metabólicos. Essas informações são fundamentais para ajustar a dieta e garantir que o corpo esteja devidamente abastecido antes, durante e após a corrida. A nutrição desempenha um papel vital no desempenho e na recuperação, e uma avaliação médica completa pode fornecer orientações específicas com base em necessidades individuais.

Acompanhamento Contínuo:

Após a avaliação inicial, é importante estabelecer um relacionamento contínuo com o profissional de saúde. Monitorar regularmente a saúde cardiovascular e musculoesquelética, ajustar planos de treinamento conforme necessário e realizar avaliações periódicas são práticas essenciais. Além disso, estar atento a sinais de alerta, como dores persistentes ou irregularidades no ritmo cardíaco, é crucial para uma prática segura e sustentável da corrida de rua.

Ao adotar uma abordagem cientificamente embasada para a avaliação médica antes de iniciar corridas de rua, os corredores podem desfrutar dos benefícios do exercício físico de forma segura e sustentável.

O cuidado preventivo é a chave para maximizar os ganhos de saúde e minimizar os riscos associados à prática esportiva

*Max Lima é médico especialista em cardiologia e terapia intensiva, conselheiro do CFM, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia de Mato Grosso(SBCMT), Médico Cardiologista do Heart Team Ecardio no Hospital Amecor e na Clínica Vida Diagnóstico e Saúde. CRMT 6194

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