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O impacto positivo de lideranças femininas

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Autora: Dayane Nascimento*

A liderança feminina tem se destacado como um pilar fundamental na construção de empresas mais sustentáveis e comprometidas com a comunidade. Mulheres líderes geralmente adotam uma visão holística e implementam estratégias de longo prazo que buscam não apenas o sucesso financeiro, como o bem-estar social e ambiental.

A presença feminina em posições de liderança traz diversos benefícios para as organizações: diversidade de perspectivas, soluções mais criativas e eficazes em processos decisórios das empresas, além de uma busca genuína por equilíbrio entre resultados econômicos e responsabilidade socioambiental.

Mulheres no comando também enfatizam a importância de fortalecer laços comunitários, reconhecendo que o sucesso empresarial está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento social. Em Mato Grosso, Sandra Cordeiro se destaca como uma líder exemplar, que transformou a unidade da Distribuição Tropical da Tupperware na maior distribuição da marca no mundo.

De costureira a uma grande empresária, sua trajetória é marcada por inovação, compromisso com a sustentabilidade e um profundo engajamento com a comunidade. Em depoimentos, ela compartilha sua visão sobre liderança e os desafios superados ao longo da carreira, cuja história inspira outras mulheres a perseguirem seus objetivos com determinação e ética.

Líderes femininas adotam estratégias que visam o crescimento sustentável e o planejamento estratégico que assegurem a perenidade do negócio; também investem em inovação responsável, com a implementação de tecnologias e processos que minimizem impactos ambientais; e valorizam o desenvolvimento de talentos a partir da capacitação de equipes e de processos de diversidade e inclusão.

No livro Sabedoria Financeira Revelada, Diana Chambers, especialista e mentora no tema da riqueza familiar, pontua que “de muitas maneiras mulheres são investidoras perfeitas”. Como compreendem a comunidade como pilar do sucesso, elas tendem a valorizar todo ecossistema adotando programas sociais para desenvolvimento local, melhoria da qualidade de vida e parcerias para o fortalecimento da economia regional.

Outro ponto muito positivo é que quando uma mulher chega lá, ela leva junto outras mulheres. Portanto, o empoderamento feminino incentiva a participação de mais mulheres no mercado de trabalho e em posições de liderança. Além disso, a mulher desempenha um papel crucial na construção de empresas mais justas, que buscam transformar a sociedade e inspirar futuras gerações de líderes.

Mesmo diante de tantos benefícios, em 2024, o Brasil ocupava o 10º lugar entre os 28 países analisados no estudo Women in Business com 37% de mulheres em cargos de liderança nas organizações. Entre 2022 e 2023, elas ocupavam, respectivamente, 39,3% e 39,1% dos cargos gerenciais, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). No executivo federal, mulheres representam só 38% dos cargos de alta liderança.

Sou empreendedora há cerca de dez anos. Não tem sido uma jornada simples ou fácil. Enfrentei momentos de muita ansiedade por causa das incertezas, principalmente durante a pandemia da Covid-19. O que sustentou o meu sonho foi o apoio de clientes, a maioria mulheres, que entenderam que era necessário trabalharmos juntas para nos sair bem!

Assim como eu, milhares de mulheres empreendem por falta de oportunidades no mercado formal, que compreendem vários problemas, como baixos salários, etarismo e exigências que normalmente dificultam não só manter uma rotina de autocuidado, como dificultam de realizar atividades importantes, como cuidar da casa e dos filhos.

Neste Dia Internacional da Mulher, estamos longe de um cenário ideal. Mas, observo motivos para celebrar. Ao invés de desistir do nosso lugar ao sol, nós temos ido à luta: estamos em lugar no ranking de países com mais mulheres empreendedoras no mundo, somando 10 milhões à frente do próprio negócio (IBGE, 2022). Em Mato Grosso, 41,3% das empresas abertas em 2023 eram geridas por mulheres, o que equivale a 34,5 mil empreendimentos, segundo a Junta Comercial do Estado (Jucemat).

Definitivamente, não há respostas simples para questões tão complexas. Por mais que a gente compreenda a importância e os benefícios da equidade de gênero nos espaços de poder, como ela envolve aspectos culturais e estruturais da própria sociedade, as mudanças representam um imenso desafio. Mas desistir dos nossos objetivos não é uma opção, então, vamos continuar trabalhando por um mundo melhor para todas as pessoas, sobretudo para nós, meninas e mulheres!

*Dayane Nascimento, consultora marketing com formação na UFMT, especialista em planejamento estratégico e economia comportamento pela ESPM/SP e empresária.

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Artigos

O Código Brasileiro de Inclusão: avanço em tempos de retrocessos

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Autor: André Naves*

Em um cenário político marcado por retrocessos nas pautas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), a iniciativa do deputado federal Duarte Jr. (Maranhão) de querer propor o Código Brasileiro de Inclusão surge como um contraponto essencial, reafirmando o compromisso do Estado com a construção de uma sociedade verdadeiramente democrática.

Enquanto setores retrógrados insistem em desconsiderar a importância de políticas inclusivas, essa proposta demonstra que a eliminação de barreiras sociais e ambientais não é apenas uma questão de mera civilidade, mas, acima de tudo, também um potencializador de desenvolvimento econômico e de inovação. A sociedade que garante a participação plena de todos os cidadãos, independentemente de suas diferenças, estimula a criatividade e a pluralidade de ideias, elementos fundamentais para o progresso econômico e social.

Quando pessoas com deficiência, neurodivergentes e de outros grupos marginalizados têm suas opiniões consideradas e suas potencialidades reconhecidas, o mercado de trabalho se fortalece, a livre iniciativa se expande e a economia se beneficia de talentos que antes eram subutilizados.

Assim, o eventual novo Código Brasileiro de Inclusão, ao sistematizar e unificar os diversos dispositivos constitucionais e legais já existentes – como a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), a Lei Berenice Piana (que trata sobre os direitos das pessoas do transtorno do espectro do autismo) e a Convenção de Nova Iorque sobre Direitos das Pessoas com Deficiência, entre tantas outras… –, cumpre um papel fundamental: tirar a lei do papel e transformá-la em políticas públicas efetivas, que tratem de produzir efeitos concretos na realidade.

Além disso, a consolidação dessas normas em um único diploma legal facilita o acesso ao conhecimento e a aplicação dos direitos, tanto pela população quanto pelos operadores do sistema jurídico. Advogados, Defensores Públicos, membros do Ministério Público e do Judiciário ganham um instrumento mais claro e coerente, agilizando a defesa dos direitos das pessoas com deficiência e promovendo maior segurança jurídica.

Portanto, a elaboração do Código Brasileiro de Inclusão representa um avanço civilizatório, reafirmando os princípios constitucionais de igualdade e dignidade humana. Em um momento em que pautas inclusivas enfrentam resistência, essa iniciativa se destaca como um farol de esperança, mostrando que é possível – e necessário – construir uma sociedade sem exclusão, mais livre, justa e democrática. A luta por inclusão não é apenas um dever do Estado, mas um caminho inevitável para um futuro mais próspero e humano.

*André Naves é Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social – FDUSP. Mestre em Economia Política – PUC/SP. Cientista Político – Hillsdale College. Doutor em Economia – Princeton University. Comendador Cultural. Escritor e Professor.

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