Artigo
Da sobrecarga à conexão: como os empreendedores podem superar a solidão
Autor: Justyn Lee* –
Para muitos empreendedores, a jornada é solitária. Uma pesquisa recente realizada pelo Itaú Empresas em parceria com o Instituto Locomotiva revelou que 57% dos líderes de pequenas e médias empresas no Brasil sentem falta de conexão com outros empresários e especialistas, e 52% relatam impactos na saúde física e mental decorrentes da rotina intensa. Os números são alarmantes e destacam um problema camuflado, profundamente enraizado no cotidiano desses profissionais, a solidão, o cansaço e o isolamento.
Embora empreender seja frequentemente descrito como a concretização de um sonho, a realidade para muitos é diferente. Construir e gerenciar um negócio exige dedicação integral, o que muitas vezes os distancia de interações significativas e de trocas com pessoas que compartilham suas experiências. Essa sensação de isolamento pode ter um impacto profundo na saúde mental e na motivação, contribuindo para o aumento do estresse e do esgotamento.
Já testemunhei, em meu trabalho junto a comunidades de empreendedores, como essa carga pode ser isolante e emocionalmente desgastante. Lembro de conversar com empreendedores que, apesar de estarem cercados por clientes e fornecedores, se sentiam completamente desconectados.
O impacto da solidão pode ser devastador, mas existem caminhos para enfrentar essa questão. Em resposta ao desafio do isolamento, a criação de espaços que promovam a conexão entre empreendedores tem se mostrado uma estratégia eficaz. Grupos de discussão, comunidades profissionais, fóruns e encontros presenciais ou virtuais possibilitam que líderes de negócios compartilhem suas histórias, desafios e soluções. A troca de experiências com pessoas que vivenciam situações semelhantes gera um senso de pertencimento e colaboração, contribuindo para a diminuição da solidão e para o fortalecimento da resiliência.
Uma das iniciativas mais eficazes que tenho observado é a criação de espaços para conexão genuína. Em diversas comunidades, ajudamos a lançar grupos e encontros para empreendedores com interesses em comum. Vi a transformação que acontece quando pessoas, antes isoladas, começam a se abrir, compartilhar suas histórias e apoiar umas às outras. Em um desses encontros, um empreendedor que estava à beira do esgotamento compartilhou suas dificuldades e, para sua surpresa, descobriu que outros ali haviam passado por situações similares e poderiam oferecer conselhos valiosos.
Desenvolver e manter redes de apoio é fundamental, pois elas proporcionam um ambiente seguro onde os empreendedores podem desabafar, buscar conselhos, trocar ideias e encontrar motivação para continuar. Além disso, a conexão com outros empresários oferece a oportunidade de aprendizado mútuo e de construção de parcerias estratégicas, que são essenciais para o crescimento sustentável dos negócios.
Para lidar com a sobrecarga, é importante que os empreendedores estabeleçam limites claros e adotem práticas que promovam o bem-estar. Criar uma rotina equilibrada, que inclua momentos de descanso e lazer, pode ser determinante para evitar o esgotamento. Tirar tempo para a família, praticar hobbies, cuidar da saúde física e mental e aprender a delegar tarefas são passos importantes para aliviar o peso das responsabilidades.
Para aqueles que enfrentam desafios mais intensos, o apoio profissional, como a terapia, pode ser um divisor de águas. Essas são práticas que ajudam a criar estratégias para lidar com as dificuldades, além de oferecer um espaço seguro para reflexão e desenvolvimento pessoal.
A tecnologia também tem se mostrado uma aliada na luta contra a solidão. Redes como WhatsApp, Instagram, Facebook, Discord, Slack, possibilitam trocas diárias e criam uma sensação de proximidade mesmo à distância. Durante a pandemia, as conexões digitais mantiveram nossas comunidades vivas, mostrando que, mesmo em tempos difíceis, podemos estar juntos e nos apoiar.
Por mais que a digitalização tenha acelerado a conexão, a importância dos encontros presenciais não deve ser subestimada. Participar de eventos, feiras e encontros proporciona a chance de interagir pessoalmente, trocar histórias e sentir o apoio caloroso que só uma interação real pode oferecer.
O caminho para enfrentar a solidão e a sobrecarga no empreendedorismo passa pela construção de laços significativos, pela busca por equilíbrio e pela criação de redes de apoio.
Compartilhe sua jornada, escute outras histórias e não tenha medo de pedir ajuda. Ninguém precisa passar por tudo sozinho. Estamos todos em busca de crescimento e sucesso, mas é na conexão com o outro que encontramos força para continuar. A luta contra a solidão não precisa ser um fardo isolado; juntos, é possível construir um ambiente mais saudável e propício ao crescimento pessoal e profissional.
*Justyn Lee, Community Lead da Photoroom.
Artigos
Todo dia pode ser o Dia 1
Autora: Cristhiane Athayde* –
Pare por um momento e pense: quantas vezes você já disse “um dia eu faço”? Aquela promessa feita silenciosamente na correria, adiada por um amanhã que nunca chega. Mas deixa eu te contar uma coisa: o Dia 1 não precisa de hora marcada. Ele pode ser hoje. Ou qualquer dia em que você decide que sua ideia merece existir no mundo – e ser protegida.
Foi assim que grandes histórias começaram. Nike, com o simples sonho de “fazer correr mais fácil”. Apple, nascida na garagem de uma casa, hoje nas casas do mundo inteiro. Coca-Cola, que já foi um xarope esquecido em uma farmácia. Todas elas tiveram um Dia 1. Aquele momento em que um rabisco virou ideia, uma ideia virou plano e o plano resultou em ação – e claro, encontrou a proteção.
O que seria do mundo sem o Dia 1? E se Steve Jobs tivesse ficado no “um dia eu tento”? E se Phil Knight, cofundador da Nike, tivesse adiado o momento de apostar na sua ideia de tênis esportivos? E se Jorge Paulo Lemann, cofundador da Ambev, tivesse deixado a ideia da expansão para “um dia qualquer”? E se você continuar esperando pelo dia perfeito?
A verdade é que o Dia 1 não é sobre um calendário cheio de planos. Ele é aquele passo simples, mas decisivo. Como registrar um ativo intelectual no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) ou na Biblioteca Nacional. A propósito, proteção vai muito além de marcas. Propriedade intelectual não é só sobre nomes, logos, slogans e afins.
Ela pode ser uma música, como o clássico “Garota de Ipanema”, que ganhou o mundo blindada por direitos autorais. Ou uma invenção, como a máquina de escrever em madeira de jacarandá criada em Recife pelo padre Azevedo em 1861, que fomentou discussões sobre patentes nacionais. Sem esquecer os designs. Já pensou se as formas icônicas das sandálias Havaianas fossem copiadas sem nenhum tipo de proteção?
E o Brasil abriga muitas histórias de Dia 1. Nélio José Nicolai, técnico em eletrônica de Minas Gerais, que patenteou o Bina, revolucionou o sistema de identificação de números telefônicos de chamadas recebidas no país. Ou o imigrante italiano Carlo Bauducco, que protegeu uma receita familiar e criou a Bauducco, uma marca hoje reconhecida por seu Panettone em todo o mundo. A propósito, Chocottone é uma marca registrada da Bauducco.
2025 é um ano novo. E, com ele, chegam novas ideias, novos planos e possibilidades. Mas ele só será o seu ano se você decidir começar. Até porque, sejamos francos, um negócio sem registro de seus ativos intelectuais é como um castelo sem muros: você pode construir algo grandioso, mas nada impede que outros entrem e levem o que é seu. E a proteção vai além de garantir um nome bonito no papel. É um ato de visão. De quem sabe que sua criação merece existir e durar, muito além do entusiasmo de um dia.
Lembre-se: registro não é só um documento. É um escudo para o futuro. Uma declaração de que a sua ideia não pertence ao acaso. Se achar o processo complicado, tudo bem. Você pode procurar alguém que entenda disso, uma empresa especializada de confiança. Mas o mais importante é não adiar. Afinal, o tempo não espera. E o futuro pertence a quem começa. E aí, vai seguir no “um dia eu faço” ou vai transformar hoje no seu Dia 1?
*Cristhiane Athayde, empresária e diretora da Intelivo Ativos Intelectuais
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