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Artigo

Coração de Mãe também precisa de cuidados

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Autor: Max Lima*

O coração de uma mãe é, talvez, a força mais silenciosamente poderosa da existência humana.
É ali que bate a esperança quando um filho adoece.
É ali que pulsa a coragem quando o medo tenta invadir.
É ali que, muitas vezes, o amor segue firme mesmo quando o mundo parece desmoronar.
Mas esse coração, que bate por todos, nem sempre recebe o cuidado que merece.
Como cardiologista, vejo cada vez mais mães jovens infartando, desenvolvendo hipertensão, diabetes silenciosa, ansiedade crônica. Elas amam tanto… que se esquecem de si.

Os dados são claros:

• As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre mulheres no Brasil, superando os cânceres ginecológicos.
• 1 em cada 3 mulheres acima de 40 anos apresenta algum grau de risco cardiovascular.
• A maioria das mães vive para todos, mas se esquece de viver por si.

A boa notícia é: é possível prevenir.

Com exames simples, orientação correta e pequenas mudanças no estilo de vida, muitas dessas doenças podem ser evitadas ou controladas.

• Alimentação anti-inflamatória
• Sono reparador
• Movimento corporal regular
• Gestão do estresse
• Tempo de qualidade para si

Essas ações não são vaidade. São sobrevivência.

Neste Dia das Mães…
Mais do que flores, ofereça presença.
Mais do que jantares, ofereça incentivo ao autocuidado.
E para cada mãe que me lê, deixo um lembrete direto:
Ser mãe não é morrer por todos. É viver o melhor, por todos.
Seu coração não precisa de mais peso.
Precisa de leveza, paz, prevenção.

Uma mensagem final:

“A natureza deu a você tudo de que precisa para enfrentar a vida.
Cuide da sua razão, da sua alma — e também do seu corpo.
A sabedoria não está em controlar o mundo, mas em cultivar sua força interior. Epicteto

Neste mês das mães, que você cultive sua força — e proteja o coração que move tantas vidas.

Com admiração e respeito.

*Max Lima é Especialista em Clínica Médica pelo Instituto dos servidores do Estado de São Paulo (HSPE-FMO), Especialista em Cardiologia pelo Instituto Dante Pazzanese, Especialista em Terapia Intensiva pela AMIB, Fellow pela Sociedade Europeia de Cardiologia, Ex Conselheiro Federal de Medicina (2019-2024), Presidente da SBC MT – biênio 2016-2017.

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Artigos

O Dia das Mães: A luta por igualdade no trabalho!

Publicados

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Autora: Jacqueline Cândido de Souza*

Em meio a homenagens e celebrações, o Dia das Mães nos convida a um olhar mais profundo sobre a realidade da mulher no mercado de trabalho. Afinal, a maternidade, essa experiência transformadora, frequentemente se torna um divisor de águas carregado de desigualdades persistentes que ecoam por toda a trajetória feminina.

Não falamos apenas de licença-maternidade ou acesso a creches — direitos importantes que, embora representem avanços, ainda são paliativos em um sistema que estruturalmente desfavorece a ascensão feminina. Falamos da sutil (e nem tão sutil) desvalorização salarial que acompanha as mulheres ao longo de suas carreiras, da baixa representatividade em cargos de liderança onde suas vozes e perspectivas são cruciais, e do peso desproporcional das responsabilidades familiares, que culturalmente ainda recai sobre os ombros femininos, limitando seu desenvolvimento profissional.

Essas desigualdades não são narrativas abstratas. Os números escancaram essa realidade: segundo o IBGE, mães com filhos de até três anos recebem, em média, apenas 57,8% do rendimento dos homens na mesma situação. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou um dado alarmante: quase 50% das mulheres são demitidas até dois anos após retornarem da licença-maternidade. E mesmo quando permanecem empregadas, muitas enfrentam estagnação em suas carreiras ou são deslocadas para funções de menor responsabilidade. Além disso, de acordo com o Instituto Ethos, apenas 13,6% dos cargos executivos nas 500 maiores empresas do Brasil são ocupados por mulheres — e esse número é ainda menor quando se trata de mulheres com filhos pequenos.

A busca por igualdade na jornada de trabalho não é uma pauta exclusiva das mães; é uma luta coletiva de todas as mulheres que almejam um espaço justo e equitativo no mercado. Contudo, o Dia das Mães escancara a urgência dessa pauta, revelando como a maternidade pode acentuar desigualdades já existentes. Quantas mulheres talentosas veem suas carreiras estagnadas, seus potenciais subutilizados, simplesmente por serem mulheres – e, tantas vezes, por ousarem ser mães?

O Direito, embora avance com legislações que visam proteger a maternidade e coibir a discriminação, ainda patina diante de práticas enraizadas, vieses inconscientes e culturas organizacionais que nem sempre acolhem as particularidades da jornada feminina. É preciso mais do que leis no papel: urge uma mudança cultural profunda nas empresas e em toda a sociedade, desconstruindo estereótipos e promovendo uma mentalidade de equidade genuína.

Que esta data não seja marcada apenas por flores, presentes ou almoços especiais. Que ela seja um catalisador de reflexão e, principalmente, de ação. Que a celebração da vida e do amor materno nos inspire a construir um mercado de trabalho mais justo, igualitário e verdadeiramente inclusivo para todas as mulheres, em todas as fases de suas vidas e carreiras.

A igualdade não é um favor: é um direito humano fundamental. E sua plena conquista talvez seja o presente mais valioso que podemos oferecer às mulheres — e, por consequência, a toda a sociedade.

*Jacqueline Cândido de Souza é advogada e servidora pública dedicada, engajada na defesa dos direitos das mulheres e na promoção da igualdade de gênero.

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