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Como atuar no setor da construção para reter talentos e engajar funcionários

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Autora: Júnia Maria de Sousa Lima Galvão*

Um olhar mais humanizado para o clima no ambiente de trabalho é uma tendência que impacta, de maneira muito positiva — diga-se de passagem — todos os setores da economia, e a construção civil não foge à regra. Atualmente, em meio ao vai-e-vem de basculantes e ao barulho de britadeiras, os funcionários encontram conforto em espaços de descompressão, apoio psicológico e diversas outras iniciativas e benefícios, que funcionam como uma via de mão dupla, pois o investimento na felicidade de quem está na operação se reflete na produção.

Historicamente, estudos correlacionam a felicidade com a produtividade em nível individual. Segundo um levantamento feito pela Universidade de Warwick, no Reino Unido, funcionários felizes são 12% mais produtivos. Trabalhos mais recentes publicados pela Oxford Research Encyclopedia of Economics and Finance corroboram essa evidência. Embora a felicidade seja um conceito abstrato, é possível medi-la em pesquisas de satisfação e, talvez, no índice mais fidedigno: o de engajamento desses colaboradores quando estão “em campo”.

A fórmula para alcançar o ‘nirvana’ é bem menos mágica do que se imagina. Ouvir de perto a demanda de seus funcionários é a estratégia mais barata e eficaz que uma empresa pode implementar. Costumamos brincar que, aqui na MRV, os funcionários andam de van com o presidente. Pode até soar metafórico, mas é literal: os executivos da companhia acompanham de perto todo o processo. Como funciona? O presidente, junto com os principais heads de operação, circula por obras, lojas e concorrentes, almoça com as equipes, discute e faz um balanço in loco dos negócios. Essa hierarquia linear quebra barreiras e filtra de maneira mais empática as principais reivindicações, além de deixar toda a equipe alinhada ao negócio da companhia.

Manter uma cultura intimista e familiar é um desafio para as gigantes do mercado. Mas a experiência mostra que, por meio de iniciativas internas de valorização ao bem-estar pessoal e profissional, é possível perpetuar uma visão otimista sobre a companhia. Criamos, por exemplo, um guarda-chuva de ações que batizamos de Ser Sangue Verde, um projeto que engloba um conjunto de iniciativas que fazem ecoar, organicamente, as boas práticas.

Partindo do princípio de que as necessidades das pessoas mudam ao longo do tempo, é interessante que as empresas disponibilizem a seus funcionários um cardápio de soluções para cada etapa da vida – desde efemérides fixas, como um dia de descanso na data de aniversário, a pontuais, como nascimento de um filho. Neste caso, é válido avaliar a extensão da licença-paternidade e/ou garantir às mamães um home office temporário após o término da licença a fim de contemplar o período da amamentação. Para funcionários com crianças diagnosticadas com autismo, possibilitamos horários ajustáveis ou trabalho remoto. Pequenos ajustes que provocam impactos imensuráveis na vida pessoal.

Mas não basta apenas proporcionar equilíbrio entre vida pessoal e profissional. As empresas devem também promover eventos internos para potencializar o sentimento de felicidade, aderir a campanhas nacionais e internacionais de prevenção e conscientização de doenças, como Setembro Amarelo, Outubro Rosa, Novembro Azul e Dezembro Laranja, e construir suas próprias campanhas, conforme a demanda de cada setor. Na construção civil, por exemplo, avaliamos a necessidade de implementar programas de suporte emocional e criamos o Sua Mente, que oferece apoio psicológico a todos os colaboradores, incluindo estagiários e aprendizes. Eles contam com até 12 sessões de psicoterapia breve, online, custeadas pela empresa, que podem, inclusive, ser feitas dentro do horário de trabalho.

Não existe uma bala de prata, apenas, para se conquistar a tal felicidade no trabalho. O resultado vem da execução de todas essas forças combinadas. O funcionário se sente mais feliz quando tem à sua disposição iniciativas que contribuam para ajudar ou atender às suas necessidades daquele momento. Em retribuição, ele trabalha com brilho nos olhos. E é essa nossa aposta.

*Júnia Maria de Sousa Lima Galvão, diretora-executiva de Administração e Desenvolvimento Humano da MRV&CO

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Auxílio-Doença: Direitos de quem fica com sequelas da Chikungunya

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Autora: Talissa Nunes*

Mato Grosso enfrenta um surto de Chikungunya, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e muitas pessoas que contraíram o vírus estão lidando com sequelas incapacitantes. Além da febre e das dores intensas nas articulações durante a fase aguda, alguns pacientes desenvolvem sintomas crónicos que comprometem a capacidade de trabalhar, como dores persistentes, fadiga extrema e inflamações severas nas articulações.

Para aqueles que não conseguem retomar suas atividades laborais devido às sequelas, é fundamental conhecer seus direitos previdenciários, especialmente o Auxílio-Doença, benefício concedido pelo INSS em casos de incapacidade temporária para o trabalho.

O Auxílio-Doença (agora chamado de Benefício por Incapacidade Temporária) é um direito do segurado que fica temporariamente impossibilitado de exercer suas atividades profissionais por motivo de doença ou acidente. No caso da Chikungunya, muitos pacientes apresentam sintomas que se prolongam por meses, como:

– Artrite crónica, causando inchaço e dores severas nas articulações.
– Fraqueza muscular e fadiga extrema, dificultando a execução de tarefas diárias.
– Dor incapacitante, que impede movimentos simples como segurar objetos ou caminhar longas distâncias.
– Danos neurológicos, afetando a coordenação e o desempenho cognitivo.

Se esses sintomas impedirem o trabalhador de exercer sua profissão, ele pode ter direito ao benefício previdenciário, desde que comprove a incapacidade por meio de laudos médicos e exames.

Quem tem direito?

Para ter direito ao Auxílio-Doença, o trabalhador deve atender aos seguintes critérios:

– Estar contribuindo para o INSS no momento da incapacidade ou dentro do período de graça (tempo em que ainda mantém a qualidade de segurado mesmo sem contribuir).
– Comprovar, por meio de perícia médica, que a incapacidade o impede de trabalhar temporariamente.
– Ter cumprido a carência mínima de 12 meses de contribuição, salvo nos casos em que a doença se enquadra como grave (o que ainda não é o caso da Chikungunya).

Se a incapacidade se tornar permanente, o segurado pode solicitar a aposentadoria por invalidez (Benefício por Incapacidade Permanente), desde que a perícia do INSS constate que não há possibilidade de retorno ao trabalho.

Como solicitar o Auxílio-Doença?

O pedido de Auxílio-Doença deve ser feito pelo portal Meu INSS ou pelo telefone 135. Após a solicitação, o segurado será chamado para uma perícia médica, na qual deverá apresentar:

– Laudos médicos e exames que comprovem a gravidade das sequelas.
– Receitas de medicamentos e relatórios médicos atualizados.
– Comprovantes de tratamentos realizados.
– Documentos pessoais e carteira de trabalho ou carnês de contribuição.

O ideal é que o segurado já chegue à perícia com um relatório detalhado do médico assistente, explicando como as sequelas impactam sua rotina e capacidade de trabalho.

E se o INSS negar o pedido?

Infelizmente, muitos segurados têm seus pedidos de Auxílio-Doença negados pelo INSS, mesmo com exames e laudos médicos que comprovam a incapacidade. Nesse caso, é possível:

1) Recorrer administrativamente dentro do próprio INSS.
2) Entrar com uma ação judicial, onde o caso será avaliado por um perito indicado pelo juiz.

O acompanhamento de um advogado especialista em direito previdenciário pode fazer toda a diferença para garantir que os direitos do segurado sejam respeitados e que ele receba o benefício a que tem direito.

A Chikungunya pode deixar sequelas severas, comprometendo a mobilidade e a capacidade de trabalho de muitos pacientes. Para aqueles que enfrentam dificuldades em retomar suas atividades laborais, o Auxílio-Doença pode ser um direito garantido pelo INSS.

Se você ou alguém que conhece está nessa situação, procure orientação profissional para não deixar de exercer seus direitos previdenciários. A saúde deve sempre vir em primeiro lugar, e a assistência previdenciária existe para garantir dignidade ao trabalhador incapacitado.

*Talissa Nunes é advogada especializada em Direito Previdenciário em Cuiabá (MT)

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