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A capacidade

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Autor: Francisney Liberato*

A um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um; a cada um de acordo com a sua capacidade. Em seguida partiu de viagem. Mateus 25:15

Deus deseja conceder talentos e dons especiais para todos os seres humanos. Ele tem prazer nessa concessão, pois quer que os Seus filhos sejam pessoas organizadas, capacitadas e que saibam utilizar essas qualidades para a Sua obra.

Existem princípios da área do direito relevantes para a vida de todo cidadão, contudo, vamos nos deter nesta analogia, o denominado princípio da razoabilidade (adequação: compatibilidade entre a medida adotada e o caso concreto, ou seja, bom senso) e proporcionalidade (gradação da medida). Esses princípios são normalmente utilizados de forma conjunta.

Fazendo uma comparação com esses princípios, Deus deseja dar o melhor para os seus filhos, como já explanado, porém, Ele é razoável e proporcional na concessão dos talentos. Deus tem bom senso e sabe dosar a medida necessária para que cada ser humano possa gerenciar os seus dons e talentos.

Na minha visão, a parábola deixa muito claro essa ideia quando menciona:

A um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um; a cada um de acordo com a sua capacidade”.

Isto é, nós até poderíamos receber todos os talentos, contudo, ainda não temos capacidade para regular e gerenciar os talentos.

Deus sabe, por ser onisciente, que se Ele desse de forma liberada esses talentos, é provável que muitos seres humanos se perderiam durante o percurso desta vida, por isso, Ele é razoável e proporcional. Não sabemos quais são os Seus propósitos, mas tenho a certeza que devemos utilizar os nossos dons e talentos para a Sua obra.

Aquele que recebeu cinco talentos poderia pensar que ele deveria ter recebido mais. O que recebeu dois talentos, da mesma forma. E o que recebeu um talento também poderia ter esse mesmo pensamento. Enfim, não sabemos quais são os Seus planos e propósitos. Como já apresentado, a quantidade não é muito relevante, o importante a saber é: do que recebemos, o quanto estamos utilizando para a obra de Deus?

Se quiser receber mais talentos, demonstre para Deus a sua maturidade e capacidade para gerenciá-los. Não adianta reclamar que tem capacidade, mas ficar apenas no argumento; é necessário provar. Quem sabe, Deus ampliará os seus talentos e horizontes.

Nós receberemos os talentos proporcionalmente à nossa capacidade de administrar.

*Francisney Liberato é Auditor do Tribunal de Contas. Escritor. Palestrante e Professor há mais de 23 anos. Coach e Mentor. Mestre em Educação. Doutor Honoris Causa. Graduado em Administração, Ciências Contábeis (CRC-MT), Direito (OAB-MT) e Economia. Membro da Academia Mundial de Letras.

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Artigos

O Dia das Mães: A luta por igualdade no trabalho!

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Autora: Jacqueline Cândido de Souza*

Em meio a homenagens e celebrações, o Dia das Mães nos convida a um olhar mais profundo sobre a realidade da mulher no mercado de trabalho. Afinal, a maternidade, essa experiência transformadora, frequentemente se torna um divisor de águas carregado de desigualdades persistentes que ecoam por toda a trajetória feminina.

Não falamos apenas de licença-maternidade ou acesso a creches — direitos importantes que, embora representem avanços, ainda são paliativos em um sistema que estruturalmente desfavorece a ascensão feminina. Falamos da sutil (e nem tão sutil) desvalorização salarial que acompanha as mulheres ao longo de suas carreiras, da baixa representatividade em cargos de liderança onde suas vozes e perspectivas são cruciais, e do peso desproporcional das responsabilidades familiares, que culturalmente ainda recai sobre os ombros femininos, limitando seu desenvolvimento profissional.

Essas desigualdades não são narrativas abstratas. Os números escancaram essa realidade: segundo o IBGE, mães com filhos de até três anos recebem, em média, apenas 57,8% do rendimento dos homens na mesma situação. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou um dado alarmante: quase 50% das mulheres são demitidas até dois anos após retornarem da licença-maternidade. E mesmo quando permanecem empregadas, muitas enfrentam estagnação em suas carreiras ou são deslocadas para funções de menor responsabilidade. Além disso, de acordo com o Instituto Ethos, apenas 13,6% dos cargos executivos nas 500 maiores empresas do Brasil são ocupados por mulheres — e esse número é ainda menor quando se trata de mulheres com filhos pequenos.

A busca por igualdade na jornada de trabalho não é uma pauta exclusiva das mães; é uma luta coletiva de todas as mulheres que almejam um espaço justo e equitativo no mercado. Contudo, o Dia das Mães escancara a urgência dessa pauta, revelando como a maternidade pode acentuar desigualdades já existentes. Quantas mulheres talentosas veem suas carreiras estagnadas, seus potenciais subutilizados, simplesmente por serem mulheres – e, tantas vezes, por ousarem ser mães?

O Direito, embora avance com legislações que visam proteger a maternidade e coibir a discriminação, ainda patina diante de práticas enraizadas, vieses inconscientes e culturas organizacionais que nem sempre acolhem as particularidades da jornada feminina. É preciso mais do que leis no papel: urge uma mudança cultural profunda nas empresas e em toda a sociedade, desconstruindo estereótipos e promovendo uma mentalidade de equidade genuína.

Que esta data não seja marcada apenas por flores, presentes ou almoços especiais. Que ela seja um catalisador de reflexão e, principalmente, de ação. Que a celebração da vida e do amor materno nos inspire a construir um mercado de trabalho mais justo, igualitário e verdadeiramente inclusivo para todas as mulheres, em todas as fases de suas vidas e carreiras.

A igualdade não é um favor: é um direito humano fundamental. E sua plena conquista talvez seja o presente mais valioso que podemos oferecer às mulheres — e, por consequência, a toda a sociedade.

*Jacqueline Cândido de Souza é advogada e servidora pública dedicada, engajada na defesa dos direitos das mulheres e na promoção da igualdade de gênero.

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